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A Semana de Nuno Botelho

“Estado falhou” nos incêndios. Tem de “aprender com os erros”

21 set, 2024 - 08:33 • Hugo Monteiro

No espaço semanal de opinião na Renascença, Nuno Botelho diz que, em matéria de fogos florestais, “parece que nada foi feito” desde os incêndios de Pedrogão. Os incêndios desta semana demonstram “a incapacidade do Estado de corresponder às suas funções mais básicas e mais essenciais: proteger pessoas e bens”.

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O presidente da Associação Comercial do Porto, Nuno Botelho, diz que “falhou tudo” nos incêndios desta semana no norte e centro do país. Os fogos florestais representam “um falhanço e uma inoperância total do Estado em matéria de prevenção, de resposta, e de segurança dos seus cidadãos”.

No habitual espaço semanal na Renascença, Nuno Botelho defende que o país “tem de aprender com os erros” e mudar, porque, “desde 2017 [incêndios de Pedrogão] parece que nada foi feito, nada mudou e há muito para mudar”.

"Depois da da fuga dos cinco reclusos da cadeia de Vale de Judeus”, acontece “este incidente com os fogos, que é algo mais ou menos recorrente, mas que não podemos normalizar”, e que “demonstra, de uma vez por todas e cada vez mais, a incapacidade do Estado português de corresponder às suas funções mais básicas e mais essenciais: proteger pessoas e bens”.

O presidente da Associação Comercial do Porto sublinha a necessidade de “existir uma análise muito concreta por parte do Governo, seja do Ministério da Administração Interna, seja do próprio gabinete do Primeiro-Ministro, sobre o que é que correu mal e o que é possível melhorar”.

Nuno Botelho diz que do pouco que foi feito nos últimos sete anos, “nada resultou”.

“Se tivermos em conta que 80% da população portuguesa vive na faixa litoral entre Viana do Castelo e Setúbal, percebemos que grande parte do território português está desertificada, sem qualquer gestão e sem qualquer ordenamento. A culpa, não sendo deste governo, é de sucessivos governos que desistiram de valorizar o interior porque não dá votos”, por isso, o empresário e jurista lamenta que “só se lembrem do interior quando estas tragédias acontecem”, o que, na sua opinião “é lamentável”.

Não houve falha na gestão política

Num outro plano, Nuno Botelho desvaloriza o facto de a Ministra da Administração Interna só na quinta-feira ter falado sobre os incêndios.

"O primeiro-ministro deu a cara pelo Governo e, portanto, não tem que aparecer mais nenhum ministro a dar a cara”. Não houve falha nenhuma nesta matéria”, diz.

“Além disso, pelo que foi possível apurar, a senhora ministra foi acompanhando todas as operações”, sublinha.

Norte

Plano Draghi: "Mário Draghi apresentou um relatório sobre a competitividade da economia da União Europeia. Assumiu, com coragem, aquilo que chamou um desafio existencial para a União. Draghi fala na emissão conjunta de dívida de 800 mil milhões de euros para apostar na produção industrial que promova o crescimento a 6% da Europa, o reforço das interligações elétricas e a aposta nas energias renováveis. Eu chamo a atenção para o facto de as empresas, na Europa, pagarem duas a três vezes mais fatura elétrica do que as suas concorrentes americanas e chinesas. Não é possível competir desta forma. Parabéns, Mario Draghi. "

Desnorte

Campanha de Donald Trump: "Donald Trump prossegue numa campanha de provocações e boatos. Eu diria mesmo de mentiras, apostando tudo numa numa estratégia de divisão do eleitorado. Quem assistiu ao debate em que falou sobre imigrantes haitianos comerem cães e gatos dos habitantes de Springfield, percebeu isso. Trump não consegue apresentar uma ideia. Não consegue apresentar um projeto para a América a não ser que vai correr quase 'à paulada', desculpem-me a expressão, com os imigrantes dos Estados Unidos. Isto não é uma ideia para o país. É, de facto, lamentável. É, de facto, uma pessoa estranha. É uma pessoa complicada. É uma pessoa com muito poder, mas sem nenhuma noção de responsabilidade e de ética. "

Comentários
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  • Anastácio Lopes
    23 set, 2024 Lisboa 12:28
    Há quantos anos consecutivos, os vários governos falham anualmente em tudo o que está relacionado com os incêndios? Quando terão os portugueses algum governo que em vez de reagir haja na prevenção e em vez de andar a lamentar as vítimas dos incêndios, deixe de ser o principal responsável pelos mesmos, por não ter fiscalizado o que deveria ter fiscalizado, não ter limpo e assim dado o exemplo em todos os terrenos do Estado, e ter apoiado os privados que necessitem do apoio para a limpeza, corte dos eucaliptos que em nada dignificam a floresta e no investimento em meios aéreos e humanos, para que tais limpezas sejam feitas em tempo oportuno e nunca em cima das épocas altas de incêndio, apenas e só por falta de organização, de planeamento, e de respeito pela própria floresta e de todos aqueles e aquelas que nesses terrenos sobrevivem, tristes, sós e abandonados, por todos e cada um dos diferentes governos ou desgovernos que o país teima em ter. Será que nem assim há um mínimo de vergonha destes pseudo políticos com os resultados das políticas que nos impõem ano após ano?
  • António Candeias
    21 set, 2024 Leiria 10:33
    Os governos e os autarcas todos eles são responsáveis pelo estado actual em que se encontram as florestas, há muitas décadas que os especialistas em a alertar os sucessivos governos sobre o barril de pólvora em que se encontram as florestas, quando surgem as tragédias empurram a culpa para o anterior governo nisso os políticos são bons, prometem toar medidas mas mal passa a tragédia esquecem-se do que tem prometido e continuam a assobiar para o lado, desiludam-se os que pensam que vai ser agora que os políticos vão tomar medidas para a diminuição da dimensão dos fogos daqui a 15 anos o que ardeu agora está em condições de novo incêndio, essa é que é essa
  • ze
    21 set, 2024 aldeia 08:01
    Está mais que provado que estes governos ps e psd não aprenderam nada desde Pedrogão,andam sempre a trás do prejuizo,falam,falam,mas pouco ou nada fazem,a incompetência é total,perdem-se vidas humanas,animais,casas,todo o trabalho de uma vida e património nacional que deveria ser cuidado e preservado.

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