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OE2025

Montenegro teve reuniões "discretas", mas não secretas

23 set, 2024 - 15:47 • Filipa Ribeiro , Tomás Anjinho Chagas

Montenegro reuniu-se com os presidentes do Chega e da Iniciativa Liberal, confirmou a Renascença. Governo rejeita a ideia de que sejam reuniões secretas.

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"Não há reuniões secretas na residência oficial do primeiro-ministro." Foi assim que o gabinete de Luís Montenegro reagiu às notícias de que o chefe do Executivo teria tido encontros secretos com o líder do Chega nesta manhã de segunda-feira para discutir o Orçamento do Estado. Ao que a Renascença apurou, tanto André Ventura como o presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, estiveram, de facto, reunidos com o primeiro-ministro.

"Há encontros com entidades e personalidades de várias áreas, incluindo líderes políticos, sobre temas de interesse nacional, que ocorrem muitas vezes com discrição e sem a presença da comunicação social", lê-se na nota de imprensa. Ou seja, Luís Montenegro tem reuniões discretas, mas não secretas.

A notícia de uma reunião não anunciada entre Luís Montenegro e André Ventura foi inicialmente avançada pela CNN, e tanto o governo como fontes no Chega preferiram não comentar. Apesar disso, pouco depois o gabinete do primeiro-ministro decidiu enviar a nota às redações.

Em seguida, foi a Iniciativa Liberal a confirmar à Renascença que Rui Rocha, líder do partido, foi a São Bento durante a manhã desta segunda-feira para discutir o Orçamento do Estado com o chefe do governo.

"A Iniciativa Liberal confirma que o Presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, teve uma reunião logo à primeira hora da manhã com o sr. primeiro-ministro, no âmbito da situação política e das negociações do orçamento do estado", pode ler-se em comunicado enviado aos jornalistas.

Para sexta-feira está agendado um encontro entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, líder do Partido Socialista.

Pedro Nuno "surpreendido" pelas "reuniões secretas"

Em reação a estas notícias, o líder do PS revelou que o governo também quis fazer "reuniões secretas" com os socialistas, mas assinala que o partido optou por marcar um encontro público para a próxima sexta-feira. E acredita que estes encontros demonstram que o executivo não tem preferência pelo PS para viabilizar o OE.

"Não temos nenhum problema que o governo fale com quem entender, não se pode é continuar a fazer de conta que há um parceiro preferencial [PS], ele não existe", lamentou Pedro Nuno Santos em declarações aos jornalistas, durante a tarde desta segunda-feira, em Baião.

O secretário-geral do PS aproveitou para denunciar que o governo tentou marcar uma "reunião secreta" com os socialistas na semana passada.

Voltando ao conteúdo, em vez da forma, Pedro Nuno Santos repetiu que "não há razão para que o Orçamento seja inviabilizado" mas que "toda a ação do governo parece indiciar a vontade de provocar umas eleições antecipadas".

Montenegro responde: "Não há reuniões secretas"

Horas mais tarde, em São Bento, foi o primeiro-ministro quem voltou ao assunto, depois da reunião que juntou na mesma sala a ministra da Administração Interna, a Procuradora Geral da República, e os responsáveis da PJ, PSP e GNR. "Não há reuniões secretas", reforçou Luís Montenegro.

Além disso, acrescentou que "semanalmente recebe muitas entidades e, de vez em quando, líderes políticos", procurando normalizar as reuniões desta manhã com os líderes da Iniciativa Liberal e do Chega. Aliás, disse mesmo que, no passado, como líder do PSD, também teve reuniões com o antigo primeiro-ministro sem que "os jornalistas soubessem".

Segundo Montenegro, os encontros não comunicados à imprensa são uma "uma tradição na democracia portuguesa" e acontecem "há décadas".

O primeiro-ministro sublinhou que o Governo teve "dificuldade" em agendar uma reunião com o secretário-geral do PS e que o executivo está empenhado em "dar um Orçamento do Estado ao país aprovado para 2025 que sirva o programa do Governo e os interesses do país".

Além disso, Montenegro garantiu que o Governo vai esgotar todas as possibilidades para que a proposta não seja inviabilizada" e que fará tudo para "dialogar com os partidos políticos nos formatos que parecem mais adequados em cada ocasião".

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  • ze
    23 set, 2024 aldeia 20:44
    não entendo para que servirão essas reuniões com o Chega,Montenegro não aformou desde o incio:não é não.Sendo assim nada haveria para "discutir".

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