27 set, 2024 - 18:57 • João Pedro Quesado
Luís Montenegro considera a proposta do Partido Socialista para o Orçamento do Estado de 2025 “radical e inflexível”. Em Mafra, o chefe do Governo respondeu ao líder da oposição, assegurando que não vai abdicar da política económica proposta pela Aliança Democrática durante a campanha eleitoral, e que vai entregar ao PS uma "contraproposta" para "aproximar posições".
Esta sexta-feira, depois de um encontro com o primeiro-ministro em São Bento, Pedro Nuno Santos anunciou que não vai viabilizar um Orçamento do Estado onde estejam incluídos as medidas do IRC e IRS Jovem, nem como foram apresentadas, "nem nenhuma modelação dessas medidas".
Em resposta, depois de garantir que seria “contido” para não prejudicar a “total disponibilidade e empenho” do Governo para “termos mesmo um Orçamento do Estado”, o primeiro-ministro acusou o PS de entregar “uma proposta radical e inflexível, porque quer fazer substituir o programa do Governo pelo programa do PS”.
Orçamento do Estado
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“Com a mesma clareza que vos digo isso, também vos digo que, a bem do país, nós vamos extrair o principal do pensamento político subjacente às propostas do Partido Socialista”, ressalvou o líder do PSD, que dizer quer “aproveitar parte daquilo que é proposto” com “a legitimidade democrática que o Partido Socialista também tem”.
“Na próxima semana entregaremos ao Partido Socialista uma contraproposta, que será uma tentativa de aproximar posições”, afirmou Luís Montenegro, antes de rematar que “do nosso lado não há radicalismo nem há inflexibilidade”.
O primeiro-ministro descreveu, perante empresários do setor do Turismo, as negociações do OE 2025 como "um processo difícil", onde todos têm que "ceder". No entanto, o social-democrata assegurou que não vai deixar cair algumas propostas.
Ao longo de seis meses, o país assistiu ao jogo do(...)
"Não abdicaremos daquilo que é a nossa política económica", apontou o primeiro-ministro. "Se entendemos que para termos mais investimento e para sermos mais competitivos devemos desagravar o esforço fiscal das empresas, não temos como não concretizar", continuou, descrevendo a descida do IRC como uma "pedra angular" da "política económica" do Governo.
Luís Montenegro declarou ainda que "a descida dos impostos sobre o rendimento do trabalho das pessoas é uma condição para termos um país mais produtivo", referindo-se à proposta do executivo para o IRS Jovem.
A proposta do Governo para o IRS Jovem prevê a redução das taxas de IRS em vigor para um terço, entre um mínimo de 4,4% e um máximo de 15%, para os trabalhadores até aos 35 anos. O limite de rendimentos anuais é o 8.º escalão do IRS, de 81.199 euros.
[notícia atualizada às 19h21]