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OE2025. Governo convoca sindicatos da função pública na véspera de entregar proposta

03 out, 2024 - 21:19 • Lusa

A convocatória foi enviada aos três sindicatos que representam os funcionários públicos e as reuniões vão decorrer na próxima quarta-feira, dia 9 de outubro, no Ministério das Finanças, mas vão decorrer em separado.

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O Ministério das Finanças convocou os sindicatos da Administração Pública para uma reunião na quarta-feira, véspera da entrega da proposta do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), para que estes apresentem o seu caderno reivindicativo.

Na convocatória a que a Lusa teve acesso, o Governo indica que a reunião tem como intuito "dar início ao processo negocial geral, no âmbito da Administração Pública, previsto no artigo 350.º e seguintes da Lei Geral do Trabalho em Funções Públicas".

A convocatória foi enviada aos três sindicatos que representam os funcionários públicos e as reuniões vão decorrer na próxima quarta-feira, dia 09 de outubro, no Ministério das Finanças, mas vão decorrer em separado.

O "timing" da reunião é criticado pelos sindicatos. Em declarações à Lusa, o secretário-geral da Federação dos Sindicatos da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos (Fesap) admite algum "desconforto" com a situação e considera ser "inaceitável" a reunião acontecer "a menos de 24 horas da entrega do Orçamento do Estado".

José Abraão diz ainda que as negociações podiam ter mais cedo e lamenta que o Governo não tenha tido "tanta urgência em negociar" com os sindicatos da função pública como teve com os parceiros sociais relativamente ao acordo de valorização salarial e crescimento económico (2025-2028) assinado em sede de Concertação Social.

"É a primeira vez que acontece", desabada.

"Isto é começar logo com o pé esquerdo", corrobora o coordenador da Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (Frente Comum), sublinhando que "é suposto" ter-se "a negociação feita antes da apresentação do Orçamento do Estado", acrescenta Sebastião Santana. Ainda assim, "continua a haver espaço de negociação", refere.

Por sua vez, a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE) lembra que a lei dita que a negociação "deve acontecer a partir de setembro/outubro", mas "ao longo dos anos não tem havido uma data [fixa] para que se inicie o processo negocial. (...) Noutras alturas já aconteceu em dezembro ou janeiro", vinca.

Nesse sentido, Maria Helena Rodrigues desvaloriza a situação. "Desejavelmente devia acontecer ainda durante os trabalhos de preparação", mas não significa que possam existir "alterações em sede de especialidade".

A Lusa contactou o Ministério das Finanças sobre estas críticas, mas até à publicação da notícia não foi possível obter resposta.

Os três sindicatos que representam a Administração Pública já apresentaram os respetivos cadernos reivindicativos. A Fesap, afeta à UGT, propõe um aumento salarial de 6,5% em 2025, com uma atualização mínima de 85 euros para todos os trabalhadores do Estado, e uma subida do subsídio de refeição de seis para oito euros por dia.

Já a Frente Comum, afeta à CGTP, exige aumentos salariais de, pelo menos, 15%, com um mínimo de 150 euros por trabalhador, a partir de janeiro de 2025, e que o subsídio de alimentação seja aumentado para 10,50 euros.

O STE quer uma atualização salarial de, pelo menos, 6% e um aumento do subsídio de refeição de seis para 10 euros por dia.

Comentários
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  • Anastácio Lopes
    04 out, 2024 Lisboa 10:02
    A ser verdade que este Governo quer baixar impostos e que estes pseudo sindicatos existem para defender quem trabalha, o que no meu caso está por provar, não será esta ainda suposta reunião a ser realizada na véspera da entrega da proposta de OE/25 na Assembleia da República, a altura ideal para que Governo e Sindicatos eliminem de uma vez por todas os descontos para a CGA, ADSE e IRS que nos continuam a impor nos Subsídios de Férias e de Natal até 2024? Quando voltarão estes Subsídios a serem pagos na íntegra a quem trabalha e não obrigarem quem trabalha, em ambos os meses em que estes subsídios são pagos, a descontarem em duplicado para a CGA, ADSE e IRS, quando apenas e só nos é contado um mês para a antiguidade? Terminem de vez com esta imoralidade, desonestidade intelectual e injustiça que aplicam desde que a Troika aqui entrou, e que mais de 11 anos após a saída da mesma Troika do país, nenhum partido nem nenhum sindicato fez prova de que realmente existem para assumires as suas responsabilidades e não para andarem ano após ano a comerem e a ver com um terço de cada subsídio a quem a ele tem legítimo direito? Será para assim procederem que existem os sindicatos da Administração Pública? Como qualificar os atos de um Governo que afirma querer baixar impostos mas que nunca mais devolve aos funcionários públicos o que sempre foi deles?

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