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BE não compreende ambiguidade do PS depois de "degradante espetáculo" da direita

14 out, 2024 - 12:14 • André Rodrigues , João Malheiro com Lusa

Mariana Mortágua diz que Orçamento do Estado apresentado pelo Governo é mau.

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O Bloco de Esquerda acusa o PS de manter ambiguidades sobre o Orçamento do Estado para o próximo ano, face a um "degradante espetáculo" da direita.

A ideia foi defendida há instantes pela líder do partido, no Porto. Mariana Mortágua acusa os partidos da direita de alimentarem ruído em torno de um mau Orçamento.

Por isso, não compreende as posições expressas por Pedro Nuno Santos.

Em declarações aos jornalistas à margem de uma visita aos bombeiros Sapadores que estão em protesto, desde o início de setembro, em frente à Câmara Municipal do Porto, Mariana Mortágua deixou também críticas ao Presidente da República, a quem acusou de estar a prestar "uma mau serviço" ao país com a "chantagem permanente" de eleições caso o Orçamento do Estado para 2025 não seja aprovado.

Para Mariana Mortágua, a proposta de OE apresentada é a de um "orçamento mau" porque vai beneficiar os mais ricos e não vai resolver problemas como o da habitação ou os problemas na Saúde.

"O que eu gostaria de dizer é uma coisa que talvez vos surpreenda, que é explicar por que é que este OE é mau, não deve ser aprovado. Ele entrega fatias, fatias do dinheiro do Orçamento e de recursos públicos ao setor privado da Saúde, às seguradoras, a serviços privados que estão a substituir o público e a tirar capacidade de responder", disse.

E continuou: "É um mau orçamento porque vai rebentar com o Serviço Nacional de Saúde, vai aumentar o preço da habitação, porque não responde aos sapadores, porque cria regimes fiscais injusto que privilegiam os mais ricos, as elites, os futebolistas e as grandes empresas".

Sobre a aprovação ou não do OE e as consequências, entre as quais a realização de eleições legislativas antecipadas, Mariana Mortágua alertou para o uso do ato legislativo como uma arma de arremesso: "É perigosa a forma como as eleições têm sido apresentadas ao país como uma ameaça".

"Nós não podemos, nem devemos, transformar o maior ato da democracia e o mais importante ato da democracia como uma permanente ameaça à democracia e uma permanente chantagem", defendeu.

Para o BE, "as eleições não podem ser uma chantagem, são uma solução quando não há outra solução e são uma solução porque são a escapatória da democracia e estar permanentemente a dizer às pessoas e a usar as eleições como uma chantagem e uma ameaça é um mau serviço ao país".

Neste sentido, a coordenadora do BE deixou criticas a Marcelo Rebelo de Sousa: "Na verdade, é um mau serviço ao país que fez o Presidente da República com estas chantagens permanentes sobre se o Orçamento não for aprovado há eleições, as eleições são um desastre, se o Orçamento não for aprovado, tudo acontece".

"Há muita dramatização sobre este processo que tem muito pouco de real e é um espetáculo um pouco degradante que visa chantagear, manipular as decisões das pessoas", alertou.

Questionada sobre se considera que as eleições são o caminho caso o OE não seja aprovado, Mortágua não disse que sim, nem que não, e afirmou que o "acontece perante um Orçamento chumbado depende do PR e do primeiro-ministro".

"Se me pergunta a mim se eu acho que esta governação de direita, se esta relação incompreensível e este espetáculo degradante da disputa entre os vários partidos de direita e dos seus interlocutores e responsáveis é capaz de garantir alguma estabilidade ao país, acho que não. Se me pergunta se eu tenho medo de eleições e se acho que as eleições são um papão na democracia, também acho que não", salientou.

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