19 out, 2024 - 11:33 • João Pedro Quesado
Luís Montenegro sublinhou, este sábado, as diferenças entre o PSD e a governação socialista de António Costa, apontando que "por mais que tentem, nós não somos iguais àqueles que estiveram aqui antes de nós", e que o PSD não anda "aos ziguezagues". No primeiro dia do congresso do PSD, em Braga, o presidente social-democrata pediu ao partido abertura para candidaturas que permitam reconquistar e manter câmaras municipais nas eleições autárquicas de 2025.
"Diz-se que nós só fizemos o mais fácil. Aquilo que ninguém percebe é que, se era assim tão fácil, é porque é que não estava feito", questionou o primeiro-ministro, recusando ainda que os sociais-democratas sejam "iguais ao PS". "Não somos iguais, porque se fossemos iguais, isto continuaria por ter necessidade de ser feito, e não, está feito, está decidido, está em execução, e isso faz toda a diferença", atirou.
Num discurso em que enumerou e exaltou, exaustivamente, as medidas aprovadas nos seis meses desde que tomou posse como primeiro-ministro, Montenegro garantiu que as apresentações do atual Governo "não são powerpoints inconsequentes, como eram aqueles a que o país estava habituado", mas são "decisões efetivas" que "estão a ser executadas e outras em vias de execução".
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Assegurando que "ninguém vai parar" o PSD, o líder social-democrata apontou que "o tempo não é para queixumes, nem para lamentações".
"E também não é tempo de passa culpas. O nosso tempo é tempo de agir, é o tempo da ação. Ação com orientação estratégica e estruturante. Nas empresas, nas instituições, na administração pública, no setor privado, no setor social, no setor público", declarou o primeiro-ministro.
Montenegro atacou o PS ao afirmar que os sociais-democratas não são "descendentes nem de pântanos, nem de bancarrotas, nem de empobrecimentos".
"Nós somos descendentes do sentido de Estado de Francisco Pinto Balsemão, do transformismo de Cavaco Silva, do patriotismo de Durão Barroso e Santana Lopes, da coragem do Pedro Passos Coelho, e dos valores sociais-democratas de Francisco Sá Carneiro", sublinhou o presidente do PSD, antes de concluir com promessas de continuar o "reformismo" e a "moderação" no Governo.
Numa alusão às discussões que têm dominado a política nacional desde as eleições legislativas de 10 de março, o primeiro-ministro assegurou que “as pessoas estão fartas de intrigas, estão fartas de truques, estão fartas de malabarismo”, e declarou que “a política é das pessoas e é para as pessoas”.
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“A nossa política não é falar e decidir primeiro e pensar a seguir, a nossa política é ouvir, refletir, pensar e depois decidir. Decidir com responsabilidade, com coragem e com sentido de justiça. Não acertamos sempre, mas também não andamos aos ziguezagues. Estamos focados no país e com os pés assentes na terra”, frisou Luís Montenegro.
O 42.º Congresso do PSD estava originalmente agendado para 21 e 22 de setembro, mas foi adiado na sequência dos incêndios florestais dos dias anteriores. Os sociais-democratas já corrigiram os estatutos partidários que o Tribunal Constitucional rejeitou no final de agosto, já depois de reeleger Luís Montenegro como presidente do partido no início de setembro.
O encontro do PSD decorre já sem dúvidas sobre a aprovação da proposta de Orçamento do Estado para 2025, entregue depois de várias reuniões de negociação com o PS. O Governo não seguiu as preferências socialistas na redução do IRC, mas aproximou-se da oposição no IRS Jovem, e Pedro Nuno Santos garantiu a viabilização da proposta através da abstenção.
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Em entrevista ao programa Hora da Verdade, da Renascença e do jornal “Público”, o secretário-geral do PS deixa o IRS em risco na fase de especialidade do OE 2025 e avisa o Governo que os socialistas não irão encetar qualquer negociação de medidas, dando esse processo como “encerrado”.
Luís Montenegro referiu Braga, que recebe o congresso do PSD, como uma “terra intimamente ligada à juventude” e “ao futuro”. E foi a olhar para esse futuro que, depois de recordar as vitórias eleitorais desde que é presidente do partido e anunciar que Sebastião Bugalho e Ana Gabriela Cabilhas são, a partir de agora, militantes do PSD, Montenegro virou as agulhas para as eleições autárquicas de 2025.
O primeiro-ministro recomendou às distritais e concelhias do PSD que coloquem “de lado os interesses ou as vaidades pessoais” para “abrir as candidaturas à cidade”.
O objetivo da vitória é duplo: “reconquistar a liderança da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e a liderança da Associação Nacional de Freguesias”. Para isso, os sociais-democratas contam com “preparação, humildade, trabalho, persistência, resistência, abertura, proximidade, espírito de equipa, competência” e “olhos postos no futuro”.
“Olhar sobretudo em frente, olhar pouco para o lado e muito pouco para trás”, indicou Luís Montenegro, apontando que “foi isso que fizemos em dois anos de oposição, é isso que estamos agora a fazer no Governo”.
[notícia atualizada às 12h19]