20 out, 2024 - 14:37 • Tomás Anjinho Chagas , Isabel Pacheco
Da esquerda à direita, chovem críticas às mais recentes medidas anunciadas por Luís Montenegro no encerramento do Congresso do PSD, em Braga.
O que disseram os partidos da oposição?
A líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, que marcou presença para assistir ao discurso de Luís Montenegro, acusa o líder do Governo de fazer cedências à extrema-direita nas áreas da Administração Interna.
"Acho que a AD está a tentar apropriar-se do discurso da extrema-direita na segurança e na imigração”, acusou a socialista em declarações aos jornalistas, à saída do Congresso do PSD, em Braga.
Alexandra Leitão lamenta ainda que o Governo esteja em "campanha eleitoral permanente" e que esteja entrincheirado na ideologia. "É um partido que só tem social-democrata no nome", atira.
"Essa medida era nossa", é assim que o Chega reage às mudanças na disciplina de cidadania, anunciadas este domingo pelo primeiro-ministro. O deputado Filipe Melo diz que Luís Montenegro anunciou novas medidas "lendo, de forma exaustiva, e muito atenta o programa eleitoral do Chega".
O deputado do Chega lamentou ainda a falta de medidas para as áreas de habitação e dirigidas para o interior do país.
Num discurso que já vem sendo habitual da Iniciativa Liberal desde que Montenegro venceu as eleições, o partido acusa o Governo de "falta de ambição" nas políticas anunciadas.
A eurodeputada Ana Martins afirma que a IL gostaria de ver uma "abordagem mais ambiciosa" por parte do Governo da AD, embora reconheça queo facto de não ter maioria no Parlamento não ajude.
O partido Livre diz-se "muito apreensivo" depois das medidas anunciadas por Luís Montenegro. "Este discurso suscita-nos muita preocupação, em particular pela aproximação a um radicalismo de extrema-direita", resume assim Hélder Sousa, membro do partido.
A culpa, para o Livre, é das palavras sobre a disciplina de cidadania e das ideias defendidas pelo Governo para controlar a imigração.
Belmiro Magalhães, membro do PCP, acredita que o discurso de Montenegro confirma a "marca d'água do PSD" ao não abordar temas como o aumento dos salários.
O comunista assinala ainda a omissão de temas como a habitação e acredita que muitas medidas podem nem ser novas.
Do lado do CDS, parceiro de governo da AD, as medidas anunciadas para a disciplina de cidadania e para a imigração não representam nenhuma "aproximação" aos partidos de "extrema-direita", como acusam o PS e o Livre.
Nuno Melo, presidente dos centristas e ministro da Defesa garante que estas medidas já eram defendidas pelo CDS há muito tempo.
Depois do anúncio do reforço no apoio às vítimas de violência doméstica, Sandra Pimenta, do PAN lembra que não basta apoio em fim de linha. É preciso apostar na prevenção.
"Todos os apoios são importantes, mas temos de começar a falar em prevenir", alerta, lembrando os números de violência doméstica conhecidos recentemnte.