23 out, 2024 - 18:14 • Miguel Marques Ribeiro
Luís Montenegro garantiu esta quarta-feira que o Governo está preparado para endurecer o combate aos atos de vandalismo na Grande Lisboa.
"Se tivermos de endurecer essa contenção nós teremos de o
fazer", declarou.
Temos todo o nosso dispositivo das forças de segurança mobilizado
"A violência não é aceitável", afirmou o primeiro-ministro, garantindo que "temos todo o nosso dispositivo das forças de segurança mobilizado" e que serão tomadas "todas as medidas para que o direito de manifestação não colida com o direito à paz".
Bairro do Zambujal
Noite e madrugada ficaram marcadas por vários desa(...)
Esta foi a primeira vez que Luís Montenegro falou sobre os desacatos que desde o início da semana têm afetado diversas localidades da Grande Lisboa e alguns concelhos do resto do país, em resposta à a morte de um cidadão, baleado pela polícia, no bairro do Zambujal, na Amadora.
As declarações surgem momentos depois da PSP ter prometido tolerância zero para atos de violência e desordem.
Ainda assim, o chefe do Governo admitiu que a intervenção das forças de segurança será feita "num contexto de responsabilidade e de uso proporcionado da força". "Temos reunido o sistema de segurança interna com vista a acompanhar a situação", sublinhou.
Montenegro afirmou que "a razão é totalmente perdida" quando as pessoas que se querem "manifestar, colocar as suas preocupações e eventualmente as suas revoltas", o fazem fora "do quadro legal". "Não podemos tolerar de maneira nenhuma a violência", reforçou, contrapondo que o objetivo é assegurar a "paz e a ordem pública".
Questionado sobre a morte do cidadão, baleado pela polícia, que está na origem dos distúrbios verificados nos últimos dias, o governante afirmou que parte do princípio que a polícia cumpre cabalmente a sua missão.
Temos de ter a certeza que a atuação da polícia se enquadrou num juízo de legalidade
No entanto, admitiu que a atuação da polícia também está sob escrutínio, sobretudo estando em causa a morte de um cidadão. "Temos de ter a certeza que a atuação da polícia se enquadrou num juízo de legalidade", adiantou. "Foi aberto um inquérito e temos que aguardar com serenidade".
Na quinta-feira, vai realizar-se um encontro de membros do Executivo com autarcas para discutir a situação. "Nos próximos dias iremos dialogar com as autoridades autárquicas, com o movimento associativo para podermos ter um registo de tranquilidade e já agora aproveitar esta manifestação de revolta das pessoas e termos ainda mais eficácia nas políticas sociais em Portugal".