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Cidadania e desenvolvimento

PSD. Cidadania não é "vaca sagrada" e deve ser revista como "todas as disciplinas"

23 out, 2024 - 18:16 • Lusa

PS, BE e Livre acusarem o Governo de seguir um caminho de maior conservadorismo nas discussões sobre a disciplina de cidadania. O que o PSD pretende, respondeu, é "fazer uma revisão das aprendizagens a todas as disciplinas".

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O PSD defendeu esta quarta-feira que a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento não é uma "vaca sagrada do currículo" e merece uma avaliação depois de PS, BE e Livre acusarem o Governo de seguir um caminho de maior conservadorismo.

Na sua declaração política na sessão plenária de hoje, o Livre criticou a intenção do executivo de rever o programa da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento, com a deputada Filipa Pinto a acusar o PSD e o CDS de "caminharem de mãos livres cada vez mais para a direita conservadora, populista e autoritária".

Para o Livre, a disciplina de Cidadania e Desenvolvimento é "essencial para dar a conhecer os princípios constitucionais que nos regem", como o combate ao racismo e a igualdade de género, e a posição do Governo "contraria as recomendações da Unicef, da Unesco, da Comissão Europeia, do Conselho da Europa e até do Conselho Nacional de Educação".

"Falhar a estas pessoas é falhar aos mais desprotegidos. A falta de empatia e, diria, até de humanidade para com este sofrimento real por parte da nossa direita é revelador da pobreza humanitária que a caracteriza. Da extrema-direita não esperamos nada", atirou.

No pedido de esclarecimento à intervenção do Livre, o deputado do PSD Pedro Alves acusou o Livre de querer "criar uma questão de natureza ideológica" quando o que o PSD pretende é "fazer uma revisão das aprendizagens a todas as disciplinas".

O social-democrata sublinhou que esta revisão será feita a todas as disciplinas e que a Cidadania e Desenvolvimento "não é a vaca sagrada do currículo". Por isso, não ficará fora da revisão.

"Qual é o receio que o Livre tem de que peritos externos façam uma avaliação ao currículo? Há algum receio nisso?", perguntou.

Paulo Núncio, do CDS-PP, leu o que diz ser o "o guião do segundo ciclo" para a disciplina, afirmando que constam "na primeira folha 23 pontos sobre o género" e disse que esta era uma "demonstração inequívoca da vontade desta cidadania de fazer a reconstrução social da sociedade portuguesa".

Núncio defendeu que esta disciplina tem uma "programação marcadamente ideológica contra a vontade dos pais" e apelou que se "deixem as crianças em paz sem imposições de ideologia de género e de sexualidade pelo Estado".

Pedro Correia, do Chega, teceu igualmente críticas ao que diz ser uma tentaiva de "ensinar as crianças e jovens, sem o consentimento dos pais, que o género se escolhe e que quem o define é a sua consciência" e de "ensinar aos alunos brancos que são congenitamente racistas".

Patrícia Gilvaz, deputada da IL, defendeu que as escolas devem ter mais autonomia para decidir os seus currículos e projetos educativos, lamentando que o Livre tenha escolhido falar de educação na sua intervenção sem referir "os problemas estruturais, como a falta de professores, alunos sem aulas ou falta de transparência nos procedimentos concursais".

À esquerda, a deputada do PS, Rosário Gamboa, acusou o Governo de criar uma questão "vazia" ao não detalhar sobre o que se refere quando anuncia que "quer libertar (a disciplina) das amarras ideológicas".

"Há aqui uma coisa vazia. O que é que está em causa? Está em causa o desejo de radicalizar? Está em causa o desejo de seduzir a direita conservadora? Quando se radicaliza, corrói-se o tecido da sociedade, desune-se, não se constrói", atirou.

Joana Mortágua, do BE, sublinhou a importância da "educação sexual para a prevenção dos abusos sexuais de menores" e pediu "a quem considera que há ideologia e fação" na disciplina de cidadania" que identifique "as escolas que são facciosas", afirmando que esta revisão do currículo não passou de "uma instrumentalização das escolas para agradar à extrema-direita".

Tânia Mateus, do PCP, defendeu que a escola "não se reduz a aprender a ler e a escrever" e acusou o Governo de atacar a escola pública, ao decidir "não dar resposta ao refroço da ação social escolar" ou optar pelo que disse ser o "desvio para a escola privada para os contratos de associação".

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  • Anastácio Lopes
    24 out, 2024 Lisboa 14:02
    Nunca se falou tanto de cidadania como nos últimos dias, e alguém a começar pelo PM, decidiu, fez, reviu o seu conceito de cidadania, tendo em consideração os seus atos, comportamentos e afirmações? Onde está a cidadania de um PM há meio ano, que mantém trabalhadores da Administração Pública DEFICIENTES e LICENCIADOS a serem vítimas de reais homicídios profissionais impedindo-os de ingressarem na carreira de Técnico Superior ilegalmente. É agora que estão no ativo e vivos que estes trabalhadores precisam de alegadamente usufruir da sua cidadania. Onde está ela? Apesar dos rebuçados envenenados do aumento provisório e nunca definitivo que decidiu dar às camadas mais pobres da sociedade, simultaneamente continua a impor-lhes aumentos na base da percentagem que lhes vão comer pelo menos parte do valor assim disponibilizado uma única vez. Será com estas decisões que prova ter alguma cidadania para com as camadas mais pobres da sociedade? Estes são apenas alguns exemplos do olhem para o que eu digo e nunca para o que eu faço de um PM que de cidadania nunca nos provou ter formação alguma apesar de licenciado em Direito e por isso ter o dever de saber que tem o dever de CIDADANIA para respeitar assim nunca respeitado por quem tem o dever de dar o exemplo. Palavras para quê?

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