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Desacatos na Grande Lisboa

Presidente da República considera prematuro visitar bairros afetados por distúrbios

24 out, 2024 - 22:20 • Lusa

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que o confronto político é legítimo e espera "civismo de comportamento" nas manifestações convocadas para sábado, em Lisboa.

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O Presidente da República considerou esta quinta-feira legítimo o confronto político sobre questões de segurança, na sequência da morte de um cidadão baleado pela PSP, e afirmou ser prematuro visitar os bairros afetados por distúrbios.

Questionado sobre a subida de intensidade dos debates parlamentares nos últimos dias Marcelo Rebelo de Sousa disse que "nunca se pronuncia sobre o que se passa no parlamento" e "prefere olhar para o que se passa na sociedade".

Os protagonistas políticos têm direito a dizer isto é negativo, isto é positivo, eu penso isto, eu penso aquilo. (...) É a democracia.

"Eu não quero entrar nessa luta política, que é legítima, os protagonistas políticos têm direito a dizer isto é negativo, isto é positivo, eu penso isto, eu penso aquilo. Eu manifesto-me num sentido, manifesto-me noutro sentido. É a democracia", acrescentou o Presidente da República em declarações aos jornalistas à margem de uma visita ao Museu do Design, em Lisboa.

Sobre se visitará os bairros da Área Metropolitana de Lisboa que têm sido alvo de distúrbios, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ser "prematuro" fazer essas visitas, referindo que as forças de segurança "não aconselham que isso se fizesse neste momento".

Acrescentou ainda que pensou fazer "hoje à noite ou num destes dias próximos" uma visita aos municípios afetados, mas que neste momento o "primeiro-ministro está no norte" e que a "primazia era dada ao Governo".

"Vale a pena esperar uns dois ou três dias pela semana que vem", considerou.

Apelo à pacificação

Em relação às manifestações agendadas para sábado - uma a exigir justiça pela morte de Odair Moniz e outra agendada pelo Chega em defesa da polícia - que terminarão na Assembleia da República, Marcelo afirmou que a "democracia tem desses fenómenos" e que não "é a primeira vez que os temos na sociedade portuguesa".

"Haverá regras a cumprir, haverá quem imponha essas regras e haverá o civismo de comportamento", sublinhou.

Marcelo Rebelo de Sousa voltou a apelar à pacificação, considerando prioritário nesta altura a "estabilização" do conjunto de "fenómenos de violência" que têm marcado os últimos dias.

O Presidente lembrou que "quem vive no seu dia a dia" não quer ver o seu "carro incendiado" e não deve ser confrontado com um "grau de violência que não desejam".

Comentários
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  • Anastácio Lopes
    25 out, 2024 Lisboa 08:48
    Só é prematura visitar os bairros sociais, primeiro porque já não se pode candidatar a um terceiro mandato e que por isso já não tem a necessidade que teve no passado de andar a pedir o voto também aos residentes nos referidos bairros, segundo para continuar a fingir ignorar as pobreza e miséria que reina nos mesmos, para sugerir aos autarcas e Governo algo mais do que o que têm feito para darem o apoio que esta gente desde sempre necessita mas até hoje ignorado pela Segurança Social, SCML e autarquias, daí que tenham chegado a este ponto em que se encontram, terceiro porque são locais onde nada há para comer e beber à borla, como acontece quando visita feiras e feirantes como o fez no passado recente. Que coerência prova este PR ter ou não ter, quando nos seus discursos afirma ser necessário combater a pobreza, mas agora que uma parte dos pobres residentes em tais bairros sociais precisam do seu apoio, ignora-os e despreza-os? Será assim que tal figura prova alguma vez ser Presidente de todos os portugueses? Que saudades deixara o mesmo quando abandonar o cargo que ocupa, nada tendo feito, além das boas intenções de que o Inferno está cheio mas continua a ter espaço suficiente para este político e muitos outros, deixando os pobres entregues a si próprios, cada vez mais pobres seguindo a filosofia do "EU ESTOU BEM OS OUTROS QUE SE PONHAM". Como podem os portugueses em geral e os pobres em particular confiar em quem assim se comporta?

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