28 out, 2024 - 16:33 • Ana Kotowicz , Vasco Bertrand Franco
Ódio e questões raciais não são um fator de preocupação em Portugal. O primeiro-ministro assim o garante, embora admita estar atento a fenómenos pontuais. Ainda sobre imigração, Luís Montenegro afirmou querer que a política migratória seja regulada e esteja à altura de quem opta por viver em Portugal.
O primeiro-ministro falava aos jornalistas, à margem da primeira reunião do Conselho Nacional para as Migrações e Asilo que decorre, esta segunda-feira, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
"Não somos um país onde o ódio, as questões raciais tenham uma natureza de preocupação, o que não significa que estejamos desatentos a alguns epifenómenos que existem neste domínio", afirmou o chefe do Governo, que não respondeu a perguntas dos jornalistas depois da curta declaração. O primeiro-ministro não fez qualquer referência aos episódios de violência dos últimos dias, que surgiram depois de Odair Moniz ter sido morto a tiro pela polícia num bairro da Amadora.
Montenegro defendeu ainda que em Portugal a "grande maioria" convive bem com imigrantes e voltou a falar em epifenómenos, antes do início da primeira reunião do órgão consultivo criado pelo atual Governo e que é presidido pelo socialista António Vitorino. "A larga maioria da comunidade convive bem com aqueles que nos procuram e sabe separar muito bem epifenómenos em algumas circunstâncias, alguma sensação de insegurança daquilo que verdadeiramente importa, que é a integração", sublinhou o chefe de Governo.
"Nós felizmente somos um país cujos fenómenos de atropelo à dignidade e aos direitos humanos é residual", acrescentou. Além disso, frisou que Portugal é um país que "é uma referência no contexto internacional do respeito pelos direitos humanos, do respeito pela dignidade das pessoas".
Luís Montenegro, ao lado de António Vitorino, fez o elogio do socialista, dizendo que o seu percurso e experiência serão fundamentais para o cargo que agora ocupa, além de que serão "uma garantia de que este conselho vai conseguir cumprir o seu propósito de instrumento de aprofundamento das políticas no âmbito da migração e do asilo".
Já António Vitorino, durante a sua intervenção, sublinhou a importância de integrar os imigrantes, que, tal como os portugueses, contribuem para a riqueza do país. Além disso, frisou que quem procura Portugal tem também de respeitar os valores vigentes.