17 out, 2024 - 01:58 • José Pedro Frazão
O social-democrata Duarte Pacheco critica, com tom cáustico, as promessas de combate às pressões mediáticas e às fugas de informação expressas no discurso de posse do novo procurador-geral da República, Amadeu Guerra. No programa Casa Comum da Renascença, o antigo deputado do PSD expressa muitas dúvidas sobre esse combate.
"Se só recebemos uma parte da informação, se calhar é melhor mesmo acabar com o segredo de justiça e ter acesso à informação completa. Se protege o processo? De todo. Mas o processo está protegido com o atual sistema, com as fugas sistemáticas para 'queimar' as pessoas na praça pública?", dispara o antigo parlamentar social-democrata.
Sobre os meios para investigar as violações do segredo de justiça, Duarte Pacheco diz que o Ministério Público "tem que ter vontade" para o fazer.
"Meios, deve ter. Uma Procuradoria que manda 200 pessoas para a Madeira ou 40 inspetores para uma Câmara Municipal para irem ver faturas de restaurantes, tem meios. Se consegue investigar o caso BES, não consegue investigar uma fuga de informação dentro de casa?", critica o comentador da Renascença.
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Já Mariana Vieira da Silva leu positivamente o discurso do novo procurador-geral da República, identificando a vontade de Amadeu Guerra em assumir uma posição liderante no Ministério Público.
"Do que sabemos das posições do atual procurador-geral da República, a visão que tem do sistema é que existe esse papel para o PGR. Esse é um sinal positivo que queria destacar", afirma a antiga ministra da Presidência no programa Casa Comum da Renascença.
Sobre violações do segredo de justiça, a deputada socialista admite que o Ministério Público "seja simultaneamente vítima e muitas vezes utilizador dessa pressão mediática", apelando a uma "outra relação" da Procuradoria com a comunicação social.