06 nov, 2024 - 15:03 • Filipa Ribeiro
Mariana Vieira da Silva "não se revê" nas declarações do presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão. O socialista, recorde-se, defendeu despejos para os participantes nos tumultos das últimas semanas. No programa Casa Comum da Renascença, a deputada do Partido Socialista (PS) não se alongou sobre se o autarca tem ou não condições para se manter na liderança da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) do Partido Socialista (cargo que acabaria por abandonar pouco mais tarde).
Ainda antes de Ricardo Leão ter comunicado a demissão da liderança do PS Lisboa, a deputada socialista disse acreditar que a "reflexão" seria feita por Ricardo Leão e também "pelos órgãos do partido" de que faz também parte.
A medida defendida pelo presidente da câmara de Loures, que resulta de uma recomendação do Chega local, recebeu também luz verde do PSD de Loures. No Casa Comum, o social-democrata Duarte Pacheco defendeu uma "revisão dos regulamentos" para que passem a contemplar o que foi defendido por Ricardo Leão. Duarte Pacheco recordou que "os regulamentos e o Código Civil já permitem o despejo se for destruído património que está a seu cargo", no entanto "se for património que está em frente a casa, como jardins, parque de estacionamento ou viaturas, já não há consequência".
Duarte Pacheco realça, contudo, que a adaptação dos regulamentos deve dar capacidade de "protesto" aos cidadãos. Para o social-democrata, o "Estado não pode ver pessoas a destruírem periodicamente o que é de todos nós e ficar impávido e sereno" . Duarte Pacheco afirmou estar "solidário" com Ricardo Leão e lamentou que quem tome uma posição diferente "fique cheio de holofotes e seja quase fuzilado".
[Título e notícia atualizados às 17h44 de 6 de novembro de 2024 para refletir o facto de que Mariana Vieira da Silva falava da FAUL e não da autarquia de Loures]