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Sócrates diz ser alvo da "mais formidável campanha de difamação contra um cidadão inocente"

21 nov, 2024 - 07:30 • João Malheiro

Sócrates lamenta ter feito uma "luta solitária", face ao que diz ser uma "barbaridade" ignorada pelo poder político e pela comunicação social que acusa de "branquear" todo o processo.

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José Sócrates acusa a Operação Marquês de ser "a mais formidável campanha de difamação contra um cidadão inocente" na história de Portugal.

No dia em que se assinala dez anos desde que o antigo primeiro-ministro foi detido, Sócrates assina um artigo no "Diário de Notícias" em que acusa a Justiça de ter negado o direito de defesa, vigarizado a escolhoa do juiz do inquérito, violado o segredo de Justiça e rejeitado a presunção de inocência.

O ex-militante do Partido Socialista acusa o Estado português de "manipular a distribuição do processo e fraudar a escolha do juíz".

"Depois, nomeado o juiz e já seguros de si, deram início ao vendaval de violência e de abusos que durou os quatro anos de inquérito", lê-se no artigo.

Sócrates lamenta ter feito uma "luta solitária", face ao que diz ser uma "barbaridade" ignorada pelo poder político e pela comunicação social que acusa de "branquear" todo o processo.

"Para o jornalismo português há sempre um qualquer fim social que justifica a selvajaria do Estado e a quebra das mais elementares garantias individuais. Para o jornalismo, o Estado nunca demora, só a defesa, só o advogado, só o cidadão tem interesse no atraso", defende.

"A espiral demoníaca da mentira e da violência funciona por retroalimentação - mais mentira implica mais violência, e mais violência necessita de mais mentira", escreve, ainda.

O antigo primeiro-ministro considera que a Operação Marquês foi, também, uma "armação política" e concretiza no objetivo: "Impedir a minha candidatura a Presidente da República e evitar que o Partido Socialista ganhasse as Eleições Legislativas de 2015".

Nesse contexto, Sócrates estabelece um paralelo entre a Operação Marquês e a Operação Influencer - que levou à demissão de António Costa e à queda do último Governo socialista. "A única diferença face ao recente Processo Influencer é que, há 10 anos, não se esqueceram de escolher o juiz. A diferença que faz escolher o juiz", ironiza.

"O lawfare é assim: não se destina a ganhar um melhor lugar na mesa de negociações - é uma guerra de extermínio. Em Portugal dura há 10 anos", conclui.

Comentários
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  • Helena
    21 nov, 2024 LOURES 19:19
    Tribunais, Juizes, Procurandeiros que nunca desligaram do cordão umbilical da Santa Inquisição...

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