27 nov, 2024 - 09:50 • José Pedro Frazão
O social-democrata Duarte Pacheco considera útil que um candidato presidencial da área do PSD avance antes de qualquer anúncio de Gouveia e Melo. No programa "Casa Comum" da Renascença, o antigo deputado social-democrata reconhece que esse era um cenário "vantajoso para a democracia e para o posicionamento do próprio Partido Social Democrata".
Questionado sobre a possibilidade de uma candidatura de Gouveia e Melo poder impor-se ao espaço político do centro-direita, Pacheco admite que o Almirante representa uma carta que pode baralhar as contas não apenas do PSD mas também do Partido Socialista.
"Esse risco existe, quer para a área socialista, quer para a área do PSD, por uma razão muito simples. Contra mim falando, as pessoas estão cansadas da vida partidária. Quando aparece alguém fora dos partidos, acaba por ter um apoio mais forte. Podemos considerar que não é justo, mas a vida é o que é, não aquilo que desejamos", afirma o antigo deputado social-democrata.
O vereador da Câmara Municipal de Torres Vedras admite que Gouveia e Melo pode ter ganhos baseados num "capital de desconfiança" face aos partidos políticos. A título de exemplo, Duarte Pacheco lembra que Fernando Nobre assumiu uma postura semelhante em 2011, "com um excelente resultado" [quase 600 mil votos] ou as movimentações que se observam em tempo de eleições autárquicas.
" Vemos movimentos de cidadãos, que muitas vezes são até pessoas que fizeram a vida nos partidos, e que, por qualquer motivo se chatearam, e que aparecem como movimentos de cidadãos independentes e crescem na sua popularidade", alerta o militante do PSD.
Duarte Pacheco defende que Gouveia e Melo só deve fazer pronunciamentos políticos quando passar à reserva e não deve ser "descartado" pelo facto de ter uma experiência profissional ligada às Forças Armadas. "As pessoas têm uma vida profissional, as pessoas não caem do céu. Quando aparecem, já tiveram uma carreira empresarial, académica ou militar".
Apesar de saudar Gouveia e Melo no seu trabalho durante a pandemia, o pensamento político do Almirante permanece desconhecido para Duarte Pacheco.
"Até pelo resguardo militar que o seu cargo exige, não sabemos o seu pensamento. E isso é algo que não é bom para quem quer ser Presidente", contrapõe o comentador do programa "Casa Comum".
Sem querer avançar nomes, Duarte Pacheco não tem dúvidas que o PSD terá quem apoiar na corrida a Belém. "Já temos sinais de que teremos candidatos da área do PSD que se vão apresentar numa primeira volta", afirma o militante social-democrata, recusando alimentar cenários de apoio do PSD a Gouveia e Melo.
"Se depois chegarmos numa segunda volta, em que nenhum desses candidatos [apoiados pelo PSD] passa, terão que ser analisadas as possibilidades que estão em cima da mesa", assinala Duarte Pacheco que recorda que as últimas candidaturas vencedoras foram apresentadas de forma independente face aos partidos onde se filiavam.
Presidenciais
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