27 nov, 2024 - 21:21 • Ricardo Vieira , Marisa Gonçalves
O Governo vai aprovar 20 milhões de euros para a aquisição de novas viaturas para a PSP e a GNR, anunciou esta quarta-feira o primeiro-ministro.
Luís Montenegro, numa declaração ao país a partir do Palácio de São Bento, disse que o Conselho de Ministros de quinta-feira vai desbloquear a verba para permitir a aquisição de mais de 600 novas viaturas para as forças de segurança.
O primeiro-ministro falava após uma reunião com as ministras da Administração Interna, Margarida Blasco; com a ministra da Justiça, Rita Júdice, o diretor nacional da Polícia Judiciária, o comandante-geral da GNR, o diretor nacional da PSP e o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna.
Além da aquisição de viaturas, o Governo vai também continuar a apostar na valorização das carreiras dos profissionais das forças de segurança, garantiu o primeiro-ministro.
Nesta declaração ao país marcada para as 20h00. hora da abertura dos telejornais, Luís Montenegro afirmou que "Portugal é um dos países mais seguros do mundo, mas é preciso não viver à sombra da bananeira de uma performance passada".
Governo
Em declaração ao país, o primeiro-ministro fez um (...)
O chefe do Governo afirmou que "não podemos deixar crescer sentimentos de insegurança, fenómenos criminais graves".
O primeiro-ministro respondia a uma pergunta dos jornalistas sobre a forma como o Governo está a lidar com a criminalidade e se isso não contribui para aumentar o sentimento de insegurança.
“Não escolhi a hora em função de nada especial e a conferência de imprensa que estamos a realizar visa dar nota do nosso trabalho e das nossas decisões e da forma como estão a ser implementadas e, por via disso, tranquilizar o país. Não vejo que possa ser dado um entendimento contrário, quando nós estamos a comprovar uma ação concertada entre forças policiais com vista a poder ser mais eficiente e poder tranquilizar mais a população, que isso possa ser lido como o agravamento de um sentimento de segurança", respondeu.
O líder do PS, Pedro Nuno Santos, acusou esta quarta-feira o primeiro-ministro de adotar um discurso securitário e de estar a fazer isso por causa do Chega.
“Limitamo-nos a ouvir e a registar. O nosso foco não é trabalhar para as oposições, é trabalhar para as populações, para as pessoas”, respondeu Luís Montenegro.
Paulo Santos, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), fala em medidas tardias. Em declarações à Renascença, diz que no essencial, as reivindicações mantêm-se.
"Era importante o Senhor Primeiro-ministro perceber que já estamos com um atraso de alguns anos. A realidade da PSP demonstra-nos um panorama diferente daquilo que muitas vezes o poder político e o poder executivo pretendem evidenciar. Por isso, temos que manter as nossas reivindicações porque, a cada dia que passa, a Polícia de Segurança Pública está mais desfalcada. Temos um conjunto de problemas estruturais graves, desde logo a falta de efetivos, o incumprimento da pré-aposentação, a falta de condições materiais, a pouca dignificação salarial e a desmotivação do efetivo que é uma evidência", declara.
Paulo Santos diz não ficar tranquilo com as declarações de Luís Montenegro, esta quarta-feira.
"Acompanhamos a performance daquilo que têm sido os sucessivos governos e os seus anúncios públicos, mas na prática não se vislumbra a tradução e a efetividade dessas medidas. Estamos num ponto, quase, de sobrevivência", aponta.
Esta quinta-feira, a ASPP promete entregar uma carta com as principais reivindicações do setor na residência oficial do primeiro-ministro.
[notícia atualizada - com a reação da ASPP]