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Investimentos anunciados por Montenegro estavam planeados pelo Governo PS

28 nov, 2024 - 13:33 • Lusa

Garantia foi deixada esta quinta-feira pelo ex-ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

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O antigo ministro da Administração Interna José Luís Carneiro disse esta quinta-feira que a aquisição de mais de 600 veículos para PSP e GNR, anunciada na noite de quarta-feira pelo primeiro-ministro, é "um planeamento feito pelo anterior Governo" socialista.

Numa nota enviada à agência Lusa, José Luís Carneiro diz que o concurso já "estava em preparação" e "com financiamento estabelecido".

"Os investimentos anunciados pelo primeiro-ministro [Luís Montenegro] já tinham sido planeados e iniciados pelo Governo o Partido Socialista", realçou.

O ex-governante recordou a aprovação de um investimento de 607 milhões em infraestruturas e equipamento para forças de segurança, em agosto de 2022, depois terem sido gastos 340 milhões de euros entre 2017 e 2021.

"Deste investimento de 607 milhões de euros, 64 milhões eram destinados a veículos", sustentou.

José Luís Carneiro lembrou também que em outubro do ano passado "foi lançado um concurso para mais de 700 veículos com um valor com IVA superior a 34 milhões de euros", que estava em fase de adjudicação quando deixou funções.

Na quarta-feira, pelas 20:00, o primeiro-ministro anunciou que o Governo vai aprovar hoje em Conselho de Ministros uma autorização de despesa de mais de 20 milhões de euros para a aquisição de mais de 600 veículos para PSP e GNR.

Luís Montenegro repetiu também que Portugal "é um dos países mais seguros do mundo", mas defendeu que não pode "viver à sombra da bananeira" nesta matéria, reiterando total confiança no "trabalho excecional" da ministra da Administração Interna.

O chefe do Governo falava aos jornalistas no final de uma reunião de cerca de uma hora com a ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o diretor nacional da Polícia Judiciária, o comandante-geral da GNR, o diretor nacional da PSP e o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna, na residência oficial, em São Bento.

O socialista considerou ainda que as declarações de Luís Montenegro foram feitas de "modo desproporcionado e deslocado".

"O primeiro-ministro quis dar a garantia de que o país é seguro e de que esse empenhamento é para continuar. Mas, ao fazê-lo de modo desproporcionado e deslocado da sua sede própria, teve o efeito contrário, salientou.

Para José Luís Carneiro, o discurso foi "desproporcionado, porque nada houve nos resultados além do que corresponde a operações de caráter regular desencadeadas pelos órgãos de polícia criminal".

E foi "deslocado, porque [...] deveria ter ocorrido no âmbito do Sistema de Segurança Interna", onde, em regra, "comunica o secretário-geral ou as tutelas da Administração Interna e/ou da Justiça. A não ser em circunstâncias excecionais e fundamentadas. Não foi o caso", vincou.

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