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Pedro Nuno acusa Governo beneficiar privados da saúde com escolha de doentes

28 nov, 2024 - 00:56 • Lusa

"Portaria diz que será feita uma lista de doentes que estão à espera para além do tempo máximo e que os privados vão poder escolher os doentes a tratar", acusa o secretário-geral do PS.

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O secretário-geral do PS acusa o Governo de beneficiar os operadores privados da saúde ao conceder-lhes a possibilidade de escolherem os doentes que ultrapassam os tempos de espera de referência no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Pedro Nuno Santos referiu-se a uma recente portaria do executivo PSD/CDS-PP no final de uma sessão promovida pela publicação "Portugal Socialista", na Fundação Mário Soares e Maria Barroso, em Lisboa.

"Este caso é paradigmático, porque estamos perante a liberdade do prestador escolher o doente. A portaria diz que será feita uma lista de doentes que estão à espera para além do tempo máximo e que os privados vão poder escolher os doentes a tratar", assinalou o líder socialista.

Para o secretário-geral do PS, esta medida do Governo traduz "todo um programa político", já que, "obviamente", o privado "vai escolher os casos que lhe interessam do ponto de vista do seu negócio, ficando os casos mais complexos à espera ou a cargo do SNS".

"Com esta portaria, é todo um caminho que o Governo está a fazer de desvio de recursos públicos para financiar o negócio privado da saúde e, ao mesmo tempo, isso significará uma fragilização do SNS. Aumenta a capacidade financeira do setor privado para continuar a recrutar cada vez mais profissionais de saúde no SNS", acusou.

Perante os jornalistas, Pedro Nuno Santos insistiu que "esta política não vai resolver nenhum problema, mas agravará as condições e a capacidade de resposta do SNS".

"O SNS foi talvez uma das mais importantes construções coletivas que este povo conseguiu fazer. No SNS, ninguém pergunta à entrada de um hospital se tem capacidade financeira para ser tratado. Precisamos de preservar, de defender e de investir no SNS e não de políticas que desviem recursos públicos para financiar negócios privados na saúde", acrescentou.

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