03 dez, 2024 - 18:45 • Filipa Ribeiro
A Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa vai suspender os trabalhos até início de janeiro. Os grupos parlamentares vão aguardar pelas respostas de Pedro Santana Lopes para avançar com os trabalhos, apurou a Renascença.
Os partidos têm até quinta feira para entregar as questões que devem ser enviadas ao antigo provedor até ao final da semana e, assim que recebidas, Santana Lopes terá 10 dias para responder aos deputados.
Desde o dia 18 de setembro que a CPI que vai inquirir a gestão financeira e a tutela política da SCML tem reunido à porta fechada, parando os trabalhos apenas durante a discussão do orçamento do Estado para 2025.
Esta terça-feira, os deputados voltaram a reunir à porta fechada e decidiram suspender os trabalhos.
A CPI à Santa Casa vai avaliar a gestão financeira feita desde 2011 - altura em que o primeiro-ministro era Pedro Passos Coelho e o provedor da instituição Pedro Santana Lopes (o primeiro inquirido).
Em causa está o prejuízo acumulado de 105 milhões de euros entre 2020 e 2023 na SCML.
Após a resposta por escrito de Pedro Santana Lopes, a CPI deve ouvir antigos governantes como o ex-ministro da economia António Vieira da Silva, o ex-secretário de Estado da Segurança Social Pedro Marques, a ex-ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Ana Mendes Godinho.
Estão ainda previstas as audições de todos os provedores da Santa Casa desde 2011 como Edmundo Martinho, Ana Jorge e Paulo Alexandre Duarte de Sousa atualmente no cargo.
Na lista da Comissão Parlamentar de Inquérito a que a Renascença teve acesso, estão ainda os nomes de Nuno Rebelo de Sousa (filho do Presidente da República) na qualidade de ex-presidente da Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo, e ainda de Paulo Pedroso como consultor externo contratado pela SCML.