03 dez, 2024 - 07:00 • Filipa Ribeiro
A Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) volta ao trabalho esta terça-feira e prepara-se para enviar, ainda esta semana, as questões por escrito a Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa entre 2011 e 2017.
Desde o dia 18 de setembro que a CPI que vai inquirir a gestão financeira e a tutela política da SCML tem reunido à porta fechada, parando os trabalhos apenas durante a discussão do orçamento do Estado para 2025.
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Tiago Barbosa Ribeiro, do PS, diz à Renascença que a CPI vai agora aguardar pelas respostas de Santana Lopes para depois avançar para outras audições.
O antigo provedor da Santa Casa terá 10 dias (a contar da da data de envio) para responder às perguntas enviadas pelos grupos parlamentares.
Esta terça-feira, os deputados voltam a reunir sobre as perguntas a enviar a Pedro Santana Lopes, organizar as audições futuras e ainda sobre o despacho enviado ao presidente da Assembleia da República sobre os pedidos de documentação que estão pendentes relativos a comunicações associadas à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, desde emails da tutela política a mensagens trocadas sobre o processo de internacionalização, de novas áreas de negócio no âmbito do jogo ou compra de novos equipamentos, bem como tudo o que diga respeito aos recursos humanos da Instituição.
A CPI à Santa Casa vai avaliar a gestão financeira feita desde 2011 - altura em que o primeiro-ministro era Pedro Passos Coelho e o provedor da instituição Pedro Santana Lopes (o primeiro inquirido).
Em causa está o prejuízo acumulado de 105 milhões de euros entre 2020 e 2023 na SCML.
Após a resposta por escrito de Pedro Santana Lopes, a CPI deve ouvir antigos governantes como o ex-ministro da economia António Vieira da Silva, o ex- secretário de Estado da Segurança Social Pedro Marques, a ex-ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social Ana Mendes Godinho. Ainda previstas as audições de todos os provedores da Santa Casa desde 2011 como Edmundo Martinho, Ana Jorge e Paulo Alexandre Duarte de Sousa atualmente no cargo.
Na lista da Comissão Parlamentar de Inquérito a que a Renascença teve acesso, estão ainda os nomes de Nuno Rebelo de Sousa (filho do Presidente da República) na qualidade de ex-presidente da Câmara Portuguesa de Comércio de São Paulo, e ainda de Paulo Pedroso como consultor externo contratado pela SCML.