09 dez, 2024 - 20:36 • Tomás Anjinho Chagas
O líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, acusa o Governo de fazer "propaganda barata" e de vender "banha da cobra" em relação às novas medidas de combate à corrupção.
É a reação do partido à entrevista da ministra da Justiça à Renascença, onde Rita Alarcão Júdice admite a criação de uma nova entidade autónoma para fiscalizar as autarquias.
Durante um discurso em Coimbra, que encerrou o primeiro dia de jornadas parlamentares do Chega, Pedro Pinto lamentou a falta de ambição e resumiu as medidas do executivo à "criação de um grupo de trabalho", referindo-se ao texto de opinião publicado pela ministra no Observador.
"Reparem na grande mudança que propôs, adivinhem lá... criação de um grupo de trabalho. Parece que é para rir mas é verdade. Nada mais errado, a corrupção é endémica em Portugal, foi normalizada pela sociedade e faltam meios ao mecanismo anticorrupção, não podem faltar meios", resume o líder da bancada do Chega.
Pedro Pinto afirma que, caso o partido chegue ao poder, "não vão faltar meios para o combate à corrupção", mas não revela nenhuma medida nova para o combate a este crime. Passando pelo caso das gémeas, o líder parlamentar do Chega lamenta os processos que terminam com pena suspensa e sublinha os vários casos de autarcas condenados.
Houve ainda tempo para colar os dois maiores partidos, PS e PSD nesta área, tanto em Portugal como na Europa. Pedro Pinto recorda o escândalo que terminou com a demissão de António Costa do Governo - que agora é presidente do Conselho Europeu - e o caso que manchou o anterior mandato da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com as suspeitas em torno dos contratos das vacinas contra a covid-19.
Pedro Pinto aproveitou a ocasião para responder ao seu homónimo do PSD, Hugo Soares, líder da bancada social-democrata no Parlamento. Depois de o deputado do PSD ter acusado o PS de "saltar para o colo do Chega", Pedro Pinto rejeita qualquer "cumplicidade" com os socialistas.
"Não temos conluio nenhum com o PS, nem com o PSD, não damos colinho à corrupção e este PSD tem um conluio com a corrupção na Madeira", atirou Pedro Pinto no dia em que foi chumbado o Orçamento regional no parlamento madeirense.
Pedro Pinto assegura: "combateremos sempre a corrupção e este governo corrupto na Madeira, quer Miguel Albuquerque quer os seus secretários regionais", atira, referindo-se às suspeitas que orbitam em torno do governo regional da Madeira e que vão culminar com a aprovação da moção de censura, atirando a região autónoma para as terceiras eleições regionais em menos de dois anos.