09 dez, 2024 - 20:29 • Manuela Pires
Miguel Albuquerque pede eleições o mais rapidamente possível na Madeira. Poucas horas depois de o orçamento regional ter sido chumbado no parlamento, o presidente do governo regional já está a delinear a estratégia de campanha. Na próxima semana vai ser votada a moção de censura apresentada pelo Chega e tem aprovação garantida.
O líder do PSD Madeira diz que a única solução é a convocação de eleições antecipadas e responde, a quem pede um novo rosto à frente do governo, que ele é de novo candidato.
Em declarações à Renascença, Paulo Neves, deputado na Assembleia da República eleito pelo PSD Madeira, diz que não faz qualquer sentido o partido estar agora a escolher um novo líder, porque isso iria criar ainda mais instabilidade à crise política que se vive na região.
“Até era mau dentro do PSD agora estarmos a falar em novas eleições para a liderança do PSD, quando nós próprios criticamos a instabilidade política criada pela oposição”, afirma Paulo Neves.
O deputado social-democrata refere que Miguel Albuquerque foi eleito não só dentro do partido, mas também pelos madeirenses ainda este ano, na primavera, e que desde então nada mudou.
“Consideramos que, agora, para ter estabilidade, temos que dar a palavra ao povo madeirense para se pronunciar outra vez sobre esta situação política regional. Agora, dentro do PSD da Madeira, os órgãos estão eleitos, foram eleitos há pouco tempo, em congressos e em eleições diretas, ainda por cima, bastante despertadas, como sabe. Nada mudou quanto a isso”, remata Paulo Neves.
É necessário esperar pela moção de censura da próx(...)
A oposição no parlamento regional chumbou o orçamento para 2025 e Paulo Neves considera que é uma “irresponsabilidade” e uma “brincadeira que sai cara”, porque coloca em risco verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a conclusão de habitações sociais, atualizações salariais e redução de impostos.
“Evidente que isto é uma brincadeira que sai cara, porque, não havendo orçamento, põe em perigo muitas verbas para o PRR que estavam programadas, em especial para a habitação social, as atualizações salariais, muitas obras públicas estavam previstas para o próximo ano e agora ficam suspensas, apoio às empresas aqui da Madeira e também a redução fiscal que estava prevista no orçamento”, refere Paulo Neves em declarações à Renascença.
O deputado social-democrata considera ainda uma “irresponsabilidade” da oposição que ainda há cinco meses viabilizou o orçamento deste ano e agora vota contra um documento “que era de continuidade”.
As propostas de Orçamento para 2025, no valor de 2.611 milhões de euros, e de Plano de Investimentos, orçamentado em 1.112 milhões de euros foram rejeitadas pelos partidos da oposição. Apenas o PSD e o CDS votaram a favor.
O PSD tem apenas 19 deputados e, com os dois parlamentares do CDS, é insuficiente para uma maioria absoluta.
O parlamento regional é constituído por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da IL e um do PAN. O PSD assinou um acordo parlamentar com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para conseguir a maioria absoluta.