10 dez, 2024 - 13:00 • Tomás Anjinho Chagas
André Ventura garante que o partido não tem várias posições sobre a reposição do corte de 5% no salário dos políticos.
Em causa a entrevista desta à Renascença do deputado Diogo Pacheco de Amorim, onde afirmou que esse corte de 5% deve ser reposto depois de todos os restantes cortes serem repostos, e negou que os políticos ganhem demasiado dinheiro
Entrevista Renascença
Dirigente e deputado do Chega contraria posição of(...)
Esta terça-feira, à chegada a Coimbra para participar nas jornadas parlamentares do Chega, André Ventura assegurou que esta não é uma posição diferente da posição oficial do partido.
"Não, a posição é clara: o Chega é contra o aumento ou reposição do salário dos políticos. O que Diogo Pacheco de Amorim disse, tanto quanto sei, é que no dia em que acabarem todas as restrições tiverem acabado é que fazia sentido fazer essa reposição", defende André Ventura.
O líder do Chega foi questionado sobre que classes da função pública ainda têm cortes nos salários: "Falta todos aqueles que tiveram cortes, seja de salários seja de direitos salariais, como as indemnizações pela cessação de contrato de trabalho, os dias de férias ou trabalho suplementar. São cortes que se mantêm".
E por isso, Ventura volta a rejeitar que o deputado e dirigente tenha contrariado a posição oficial do partido: "O que Diogo Pacheco de Amorim disse foi: no dia em que tudo isto tiver acabado, em que o país viver um bocadinho melhor, podemos por essa questão, até lá não", vinca.
André Ventura aproveitou ainda a ocasião para falar sobre a crise política na Madeira, que se agudizou esta semana depois do chumbo do orçamento regional. O líder do Chega procura tornar o problema da Madeira num problema político nacional para o PSD, e desafia Luís Montenegro a agir.
"Se o PSD quiser continuar a aumentar o ciclo de corrupção permanente, não pode andar a dizer na República a dizer que é contra a corrupção e na Madeira todos vemos o que está a acontecer. Isto é uma questão do que está a acontecer, e Miguel Albuquerque tem de sair", atira André Ventura.
E pessoaliza no primeiro-ministro e líder do PSD, desafiando-o a retirar a confiança política ao presidente do governo regional da Madeira: "É evidente que Luís Montenegro é o principal responsável de tudo isto, é a ele que caberia dizer que Miguel Albuquerque não seria candidato. Se ele fosse do Chega eu já lhe teria dito 'podes ser candidato, mas não será pelo Chega com certeza'".
Nestas jornadas parlamentares esteve presente Pedro Santana Lopes, e André Ventura rejeitou adiantar se apoia o antigo primeiro-ministro numa eventual corrida a Belém, ou numa provável recandidatura à Câmara Municipal da Figueira da Foz.
Questionado sobre se o Chega colocou questões a Santana Lopes no âmbito da Comissão de Inquérito à Santa Casa da Misericórdia. André Ventura assegura que o partido vai fazê-lo e garante que para o Chega "não há vacas sagradas".