12 dez, 2024 - 18:15 • Alexandre Abrantes Neves , com Lusa
Os médicos que prestam assistência a utentes internados em lares e nas redes de cuidados continuados e paliativos já podem passar receitas e exames pelo Serviço Nacional de Saúde, anunciou o Ministério da Saúde.
"Os médicos que dão assistência a estruturas residenciais para pessoas idosas e em Unidades de Internamento da Rede Nacional de Cuidados Continuados e a Unidades de Cuidados Paliativos já podem prescrever receitas e exames complementares de diagnóstico e terapêutica através do Serviço Nacional de Saúde" (SNS), lê-se em comunicado enviado às redações.
Com a medida pretende-se evitar que os utentes recorram à triagem das urgências hospitalares, ou seja, que possam fazer "os seus exames médicos no setor convencionado diminuindo significativamente as deslocações a instituições e serviços com o SNS".
No mesmo comunicado, recorda-se que o Governo pretende alcançar "uma diminuição significativa" do tempo de permanência (prolongada) em urgências hospitalares, com "medidas específicas para médicos de estruturas residenciais para pessoas idosas".
"Mais que reduzir os internamentos é preciso criar condições para que os utentes destas estruturas obtenham a resposta necessária sem necessidade de recorrer aos serviços de urgência dos hospitais", vinca.
Médicos dos lares a passar receitas e exames pelo SNS é uma boa medida, mas o Governo ainda tem de esclarecer se há outros custos que vão aumentar, afirma o presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados.
Em declarações à Renascença, José Bourdain aplaude a decisão, mas assinala que há outras despesas que podem aumentar, como os custos com pessoal médico e com o transporte de doentes.
O presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados alerta que a medida agora anunciada não vem resolver a falta de financiamento do setor.
José Bourdain pede ao Governo para cumprir o prometido e descongelar os preços das unidades de cuidados continuados já no próximo ano.
Nestas declarações à Renascença, o presidente da Associação Nacional de Cuidados Continuados comentou ainda os fundos do PRR destinados aos cuidados continuados e paliativos.
José Bourdain lamenta que os concursos tenham sido abertos tarde demais e avisa que se pode perder o pacote de 88 milhões de euros destinados a estas unidades de saúde.
[notícia atualizada - com declarações de José Bourdain]