14 dez, 2024 - 12:36 • Tomás Anjinho Chagas
Jerónimo de Sousa, antigo secretário-geral do PCP, assume que a atual situação vivida em Portugal "é dura como troncos" mas está confiante que os comunistas encontrem força nos momentos de "maiores dificuldades" como aconteceu, por exemplo, quando o PCP viveu na clandestinidade durante o Estado Novo.
"O que a história nos diz é que este partido, nas maiores dificuldades e adversidades que enfrentou, encontrou sempre força para se erguer, avançar e cumprir os seus compromissos com o trabalhadores e o povo", afirmou, este sábado.
As palavras são deixadas quando Jerónimo de Sousa voltou a discursar num congresso comunista, mas pela primeira vez como antigo líder. "A este partido, portador de um projeto político moderno e avançado, válido e atual, mesmo que a situação seja dura como troncos", atirou, usando as expressões populares que são uma imagem de marca nos seus discursos políticos.
Jerónimo de Sousa prometeu que o PCP não vai mudar as suas posições: "Desenganem-se aqueles que pensam ser possível levar o PCP a iludir e dissimular nos seu princípios e fraquejar. É um compromisso que é afinal é a sua razão de ser e a marca da sua identidade", afirmou o antigo líder.
Voltando-se para a atualidade, Jerónimo de Sousa acusa o atual governo da Aliança Democrática de estar a levar a cabo um "processo contrarrevolucionário" e de, neste aspeto, ter as "costas quentes do Chega e da Iniciativa Liberal".
Este foi um dos destaques do Congresso do PCP até ao momento. Esta sexta-feira o ponto alto foi o discurso de Paulo Raimundo, atual secretário-geral, e este sábado fica também marcado por um discurso de João Oliveira, sendo que o eurodeputado comunista levantou os cerca de mil delegados que estavam no Congresso do PCP.