Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Congresso da JS

Pedro Nuno Santos critica negação de serviços de saúde a estrangeiros

15 dez, 2024 - 16:54 • Lusa

"Uma coisa é encontrar formas de cobrar", outra "é não sermos sequer humanos", disse o líder do PS, no discurso de encerramento do congresso da JS.

A+ / A-

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, disse este domingo que o país tem meios para combater o acesso fraudulento ao Serviço Nacional de Saúde e que um país decente e humanista não deve negar serviços de saúde a estrangeiros.

"O país não é um país rico", afirmou Pedro Nuno Santos, sublinhando que Portugal não tem "um Serviço Nacional de Saúde (SNS) capaz de oferecer cuidados de saúde ao mundo", mas tem "meios para combater o abuso" no acesso aos cuidados de saúde por parte de cidadãos estrangeiros sem situação regularizada.

Reconhecendo que possa existir "acesso fraudulento" ao SNS, o secretário-geral do PS afirmou este domingo que nesse caso, será necessário identificar e desmantelar "redes de tráfico" e que as propostas do PSD "não são razoáveis" por significaram, na prática "proibir o acesso ao SNS de imigrantes ou estrangeiros sem a sua situação regularizada".

"Uma coisa é encontrar formas de cobrar", outra "é não sermos sequer humanos", disse o líder do PS, questionando que resposta deve dar "um país decente e humano" a uma grávida estrangeira que chegue a uma maternidade portuguesa para ter o seu filho.

Pedro Nuno Santos falava no encerramento do Congresso Nacional de Juventude Socialista, Nazaré, no distrito de Leiria, onde proferiu um discurso em que acusou o Governo de "incapacidade de resolver problemas concretos" e de "inventar outros", para "disputar com o Chega o eleitorado de extrema-direita".

No rol das críticas incluiu a questão da imigração, "um problema que o Governo prometeu resolver, mas criou um grave problema para Portugal ao ter eliminado da lei o conceito de manifestação de interesse", criando um vazio na lei que dificulta a legalização de trabalhadores quando "o país precisa de mão-de-obra".

"O que é que o Governo português vai fazer com os milhares de imigrantes que viram os seus processos rejeitados?", questionou, lembrando que, "sem novos trabalhadores" o país não conseguirá "executar o Plano de Recuperação e Resiliência".

Além da imigração e da saúde, as principais críticas do discurso incidiram numa das maiores preocupações manifestadas pela juventude socialista, a habitação, área em que Pedro Nuno Santos deixou aos jovens participantes no congresso "o compromisso generalizado deste partido" ter um "programa agressivo de construção, reabilitação e construção de casas em Portugal".

"Num mercado altamente inflacionado, temos que ter a ambição de intervir a sério na habitação", afirmou, defendendo a disponibilização de casas "para a população carenciada", mas também "para a classe média".

No discurso, Pedro Nuno Santos fez ainda questão de deixar claro não haver "qualquer conluio" entre o seu partido e o Chega e desafiou a JS, que no congresso elegeu Sofia Pereira para secretária-geral da Juventude, a combater "a extrema-direita que tem avançado também entre os jovens".

Combater a extrema-direita "é também combater o sexismo, o machismo, a homofobia", vincou, sublinhando importância da JS no combate ao retrocesso de direitos conquistados.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Anastácio Lopes
    16 dez, 2024 Lisboa 09:44
    Será que algum dia veremos a mesma preocupação com os portugueses por parte deste socialista que vemos com os estrangeiros? Recordo este político que é aos portugueses que, quando lhe dá jeito, sabe pedir o voto, no entanto, não o vejo, como nunca vi, nada preocupado com o acesso aos cuidados de saúde primários por parte dos portugueses seus conterrâneos, porque será? Português, trabalhador e DEFICIENTE sou eu, a quem me atribuíram uma Pseudo Médica de Família que é mais o tempo que está ausente do serviço do que o que está a trabalhar, e por via disso, estou há duas semanas a aguardar que o Pseudo Centro de Saúde Lumiar/Santa Clara, me queira marcar e realizar uma simples consulta para que lhes possa apresentar uma carta escrita pela Fisiatra que me acompanha, o que em duas semanas não fizeram, apesar de ser DEFICIENTES, DOENTE CRÓNICO, DE ALTO RISCO. Assim se brinca com a saúde dos portugueses quem nem ao respeito se sabe dar, como é o caso da Diretora do Centro de Saúde mencionado, e no entanto, é vergonhoso ver este político assumir estas posturas sem rigorosamente nada assumir para com estas vergonhas nacionais na saúde portuguesa. Aqui está mais triste exemplo do que são os políticos portugueses para os portugueses a quem sabem pedir o voto quando dele necessitam, pois a partir daí, passem muito bem porque eles só nos voltam a conhecer quando voltarem a precisar de novo do nosso voto.
  • Pq não o fizeram?
    15 dez, 2024 País 18:01
    E porque é que não puseram em ação esses "meios" de que fala, durante os últimos 8 anos de "governança" xuxa?

Destaques V+