20 dez, 2024 - 15:49 • Teresa Almeida , João Pedro Quesado
O social-democrata Fernando Negrão, antigo ministro da Justiça, apelou esta sexta-feira ao atual primeiro-ministro para que “não se intrometa” na “ação das forças de segurança”. Em declarações à Renascença, o social-democrata disse o Governo “politizou as ações de segurança” e que “a oposição não fez o contrário”.
“A única coisa a que eu realmente apelo é para que o primeiro-ministro, ou seja quem for, não se intrometa naquilo que é a ação das forças de segurança de uma forma precisa. É uma operação no sítio A, nas circunstâncias B e com as condições C. Isto não pode ser feito por um Governo”, afirma Fernando Negrão.
O também antigo deputado declara que “o Governo, de alguma forma, politizou as ações de segurança, mesmo as preventivas, como lhes chama, mas a oposição não fez o contrário” e “politizou ainda mais aquilo que foi feito, o que quer dizer que temos aqui um problema grave”.
Para Fernando Negrão, a opção do Governo “não faz sentido”, e os resultados da operação “não justificam de maneira nenhuma aquilo que nós vimos”. E acrescenta: “este tipo de ações, quando não tem resultados fortes, tem uma consequência nefasta: aumentar o sentimento de insegurança”.
Lisboa
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A operação, conhecida devido a uma foto de várias pessoas encostadas à parede pela PSP na Rua do Benformoso, resultou na detenção de duas pessoas (uma por posse de arma proibida e droga e a outra por suspeita de pelo menos oito crimes de roubo) e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca e um telemóvel.
O ministro da Segurança Social do Governo de Santana Lopes considera ainda que “outra coisa estranha é nós não termos ministra da Administração Interna”, já que “não é a primeira vez que isto acontece, nem a segunda, e a ministra da Administração Interna não aparece e não diz de sua justiça qual é a política que tem para a Administração Interna”.
Apontando que o país precisa de “mais tranquilidade na área da segurança”, Fernando Negrão aponta também que é preciso perceber se o primeiro-ministro dá a cara por estas operações “porque de facto assim o quer” ou porque “sente que há algumas limitações por parte da ministra e sente necessidade”.