Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Pedro Nuno revoltado com operação no Martim Moniz acusa Governo de ser "o mais extremista"

20 dez, 2024 - 12:53 • Lusa

Segundo o secretário-geral do PS aquilo que é preciso é um "Governo concentrado em dar respostas aos problemas reais dos portugueses e não aos imaginários".

A+ / A-

O líder do PS manifestou-se hoje "envergonhado e revoltado" com o executivo e a direção da PSP pela operação policial no Martim Moniz, considerando que este é o "Governo mais extremista" das últimas décadas da democracia portuguesa.

Pedro Nuno Santos falou aos jornalistas no parlamento para criticar, de forma dura, a operação policial que decorreu na quinta-feira no Martim Moniz, em Lisboa, que "não tem nada que ver com segurança, como aliás o próprio primeiro-ministro assumiu", mas sim "com perceções".

"Sinto-me triste, envergonhado enquanto político e revoltado com o Governo do nosso país, mas também com a direção nacional da PSP", afirmou.

O líder do PS não hesitou e disse: "temos neste momento em Portugal o Governo mais extremista que nós tivemos nas últimas décadas da nossa democracia".

Para Pedro Nuno Santos, é preciso que Governo e PSP expliquem os fundamentos desta ação, sobre a qual há "fundadas razões" para haver dúvidas sobre a sua legalidade.

Segundo o secretário-geral do PS aquilo que é preciso é um "Governo concentrado em dar respostas aos problemas reais dos portugueses e não aos imaginários" e deixou um aviso.

"Se uma cultura repressiva e intimidatória se instala em Portugal, hoje são os imigrantes, amanhã são os portugueses todos", alertou.

Para Pedro Nuno Santos, Luís Montenegro e o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, são "dois políticos com grandes responsabilidades" porque no tema da segurança têm "sido oportunistas e irresponsáveis porque aquilo que tem feito é alimentar um clima de divisão, de ódio".

O PS, segundo o seu líder, irá "lutar pela segurança dos portugueses" e denunciar que nem o Governo nem a Câmara de Lisboa têm levado a cabo ações que efetivamente resolvam os problemas de segurança do país.

"Os problemas de segurança não se resolvem com discursos incendiários e oportunistas", condenou.

Considerando que esta ação "não faz nada pela sensação de segurança, antes pelo contrário", Pedro Nuno Santos defendeu que o país tem a obrigação de respeitar quem trabalha e criticou este "espetáculo degradante e deprimente", considerando "inimaginável que uma operação" semelhante acontecesse noutras zonas de Lisboa ou do país.

O líder do PS atirou ainda ao "enredo mentiroso e falso do "não é não´ do primeiro-ministro", insistindo nas críticas que tem feito nos últimos tempos de que o Governo tem incorporado a agenda da extrema-direita na sua ação.

"Há um limite que foi ultrapassado", sintetizou, considerando que as declarações do primeiro-ministro "corroboram que há instrumentalização das forças de segurança".

Uma operação policial na quinta-feira, no Martim Moniz, resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.

O enorme aparato policial na zona, onde moram e trabalham muitos imigrantes, levou à circulação de imagens nas redes sociais em que se vislumbram, na Rua do Benformoso, dezenas de pessoas encostadas à parede, de mãos no ar, para serem revistadas pela polícia, e comentários sobre a necessidade daquele procedimento.

Sobre a operação, o primeiro-ministro considerou que foi "muito importante" para criar "visibilidade e proximidade" no policiamento e para aumentar a sensação de tranquilidade dos cidadãos portugueses.

A porta-voz do Cometlis, Ana Raquel Ricardo, explicou que uma "operação especial de prevenção criminal dá legitimidade para fazer outro tipo de diligências, nomeadamente a revista de cidadãos que se encontrem no local e revista de viaturas" que por ali circulem.

O contingente empregue "foi o necessário" para uma operação deste tipo, referiu, sem, contudo, revelar o número de profissionais envolvidos.

Saiba Mais
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Então e em 2010?
    21 dez, 2024 Não foi o mesmo mas feito pelo "Ingenheiro"? 20:28
    Fraca memória vocês têm, ou então julgam que somos nós que temos fraca memória: em 2010 no governo Socialista do vosso querido "Socas", não houve uma operação policial de grande envergadura, com os mesmos efetivos, no mesmo lugar, e com resultados idênticos a esta? Houve pois, e vocês PS não se importaram nada com isso. É agora, que o governo é PSD que vocês se importam?
  • Antítese
    20 dez, 2024 País 14:05
    Segundo o secretário-geral do PS aquilo que é preciso é um "Governo concentrado em dar respostas aos problemas reais dos portugueses e não aos imaginários". Ou seja, um governo que seja a antítese do que foram os governos PS dos últimos 8 anos. Concordo em absoluto.
  • Sara
    20 dez, 2024 Lisboa 13:31
    Inaceitável??deviam fazer em todas as mercearias da zona de Almada e setubal

Destaques V+