Mourinho foi ao museu do FC Porto e ficou "sem palavras"

Uma conferência de imprensa longa com direito a viajar pelo passado, a olhar o presente e a perspectivar o futuro.

Revisitar o Porto "é especial" para Mourinho, "não pela polémica, mas pela história". "Estive aqui dois anos e meio e ganhámos tudo. Foi o meu último clube em Portugal, abriu-me as portas para os grandes clubes europeus. Por isso, sim, há um sentimento, mas inteiramente positivo", declarou aos jornalistas no Estádio do Dragão.

No dia em que o clube completa 122 anos, os jornalistas quiseram saber se faria uma visita ao Museu do FC Porto com a equipa do Chelsea para se inspirar. Mourinho respondeu que o tinha feito precisamente antes da conferência e o FC Porto não poderia esperar melhores palavras sobre o projecto: "É fantástico como museu. E ter a sorte de fazer parte dele, não ser um simples visitante, é muito emocional. Percebemos que fizemos algo importante. Admito que o meu coração ficou mais mole. Agora, no hotel tenho de voltar a endurecê-lo", contou.

O espaço deixou-o "sem palavras" ao ponto de admitir que disse ao director do museu do Chelsea "para não visitar este, porque senão vai fechar o nosso". "Ali sentes-te portista, mas amanhã de portista não terei nada", brincou.

Sobre o FC Porto que agora vai encontrar, sublinhou que considera "normal" que a equipa esteja na liderança do campeonato, "nada de extraordinário" tendo em conta o que a equipa fez "nos últimos anos". Mourinho espera "tudo menos um jogo fácil" frente a uma formação com "um plantel cheio de qualidade em super quantidade".

Além do mais, considera o treinador do Chelsea, é uma equipa "grande candidata em Portugal e com ambições de passar à fase a eliminar". Um Porto "culturalmente" "forte em casa, que gosta de adversários que aumentem os seus níveis motivacionais". "O Porto sente-se uma equipa grande, não tem medo, quer ganhar", analisou Mourinho, que aproveitou a deixa para confrontar os jornalistas: "Agora, [no FC Porto] não são líricos ao ponto de pensar que vão jogar com uma equipa fraca. Acho que nisso são mais inteligentes que vocês".

"O Chelsea não vai descer de divisão"

As "alfinetadas" não se ficaram por essa frase. As relações com a comunicação social têm sido de alguma tensão. De alguma tensão terão sido sempre, mas os maus resultados agudizam a sensação: "Não esperes que o Chelsea acabe em 15º na Premier League, nem vai jogar o Championship na próxima época", afirmou a um jornalista português em alusão ao actual mau momento da equipa no campeonato.

Mourinho não quis falar sobre Casillas

Era um tópico esperado na conferência de imprensa. Mourinho e Casillas reencontram-se esta terça-feira, depois de uma relação que terminou conturbada em Madrid. Um jornalista espanhol começou a formular uma pergunta mas Mourinho não o deixou terminar. "Vou obviamente cumprimentá-lo e ficamos por aqui com as perguntas que não valem a pena", atirou. O tema ficou por ali.

Helton? "Não tem qualquer fundamento"

A Mourinho perguntaram se fazia sentido a notícia saída a semana passada que apontava para um alegado interesse do Chelsea na contratação de Helton dada a lesão que vai obrigar Courtois a uma longa ausência. "Não tem fundamento nenhum", afirmou o técnico português. E explicou porquê: "Não precisamos de um guarda-redes em Janeiro. Precisamos agora. Em Janeiro teremos Courtois e Begovic. Agora é que temos só Begovic. O mercado agora está fechado. Só podíamos contratar um guarda-redes sem contrato e isso é muito difícil", declarou.

Chelsea não é favorito a vencer a Champions

Um jornalista mexicano quis saber quis saber a opinião de José Mourinho sobre "outros" favoritos a vencer a Champions. O técnico português excluiu rapidamente a sua equipa do grupo. "[O Chelsea] não é favorito a ganhar. Por muitas razões. Não o considero favorito. Considero favorito para passar a fase de grupos. Se o conseguirmos, em Fevereiro revemos os nossos objectivos", respondeu.

A fechar, o líder do Chelsea recusou-se a comparar o FC Porto de agora com aquele que foi campeão europeu pela sua mão em 2004. "Não é possível comprar o incomparável", rematou.