15 nov, 2015 - 15:39
O candidato a Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa considerou este domingo, nos Açores, ser “fundamental” ter um executivo para governar, “rapidamente”, uma vez que o país se encontra parado na sequência da crise política.
“Eu penso que é fundamental que haja um governo que governe, rapidamente, porque há muita coisa parada. A administração pública fica à espera, os investimentos ficam à espera. A definição de um governo que governe e que possa durar é muito importante, na vida de muitas pessoas, que acabam por depender disso”, declarou o candidato aos jornalistas.
Marcelo Rebelo de Sousa, que esteve na vila piscatória de Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, onde declarou que os portugueses começam a achar que o mecanismo nacional de formação de um governo “é lento”.
Muito embora salvaguarde que essa situação já aconteceu “muitas vezes no passado”, em Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa fez notar que existem países que funcionam de forma mais rápida, para acentuar ser crucial avançar com um novo executivo.
O candidato presidencial afirma ver o que se passa no actual cenário político nacional, tal como vê o que pode acontecer nos próximos cinco anos, não se podendo “mudar de posição, quando se trata de poderes do Presidente da República, de acordo com a cor de quem está envolvido”.
“É muito importante que o país saía da crise e depressa. Isso significa um Governo que governe e que seja estável, que não passe apenas no Parlamento mas que tenha condições para não durar poucos meses, ou um ano ou um ano e meio, mas uma legislatura”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.
O candidato afirmou que, se eleito pelos portugueses, se for confrontado com um cenário de crise como o actual, no seu mandato, sabe “exactamente” o que fará, para acrescentar que, estar a entrar no confronto partidário, é “justamente o oposto” do que deve fazer o Presidente da República.
Questionado sobre a proposta de revisão constitucional do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, visando a realização de eleições legislativas nacionais, o candidato considera que, no fundo, o que se tem falado, é sobre o poder de dissolução do Presidente da República, figura que entende dever exercer na plenitude os seus poderes, se assim o entender.
“Agora, deve ajuizar se exerce ou não no momento adequado e em função das circunstâncias, ou seja, como é que o Governo atua, as relações com o Parlamento, a sua composição, as saídas possíveis. Deve ser nesse quadro que a questão deve ser encarada”, disse o candidato.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que o papel do Presidente da República é, num quadro democrático de divergência de opiniões, fomentar a unidade, uma vez que o que une os portugueses “é mais importante do que o que os divide”.
Muito embora esteja atento ao cenário político nacional, Marcelo Rebelo de Sousa está mais preocupado com o cenário europeu, nomeadamente com os atentados que tiveram lugar em Paris, e sobre como a União Europeia vai reagir, tendo defendido a necessidade de se prevenir, em vez de remediar.
Marcelo Rebelo de Sousa quer que a UE assuma uma posição sobre o conflito na Síria, assim como em relação aos refugiados e ao autodenominado Estado Islâmico, a par da prevenção do terrorismo no quadro europeu.