09 jan, 2016 - 22:30 • Eunice Lourenço
Maria de Belém Roseira acusou Sampaio da Nóvoa de ter uma candidatura que começou por ser de “frentismo de esquerda”. O ex-reitor da Universidade de Lisboa acusou-a, por seu turno, de ter uma candidatura a Presidente da República que “nasceu de uma situação de incómodo e de divisões internas dentro do PS”. Foi, assim, com trocas de acusações entre a natureza de cada candidatura que ficou marcado o último frente-a-frente entre candidatos às eleições presidenciais.
Na TVI, os dois candidatos que disputam os votos e os apoios socialistas começaram, precisamente, por comentar o apoio a Sampaio da Nóvoa, declarado este sábado por Carlos César, presidente e líder parlamentar do PS. Maria de Belém, que também já foi presidente dos socialistas, disse que não ficou desiludida nem surpreendida com a posição de Carlos César e lembrou que tem o apoio do presidente honorário do seu partido, Almeida Santos.
Sampaio da Nóvoa recebeu o apoio de César “com grande naturalidade” e viu-o como mais um sinal do que tem sido o reforço da sua campanha nos últimos dias. Uma campanha que disputa o mesmo espaço politico que a de Maria de Belém. Aliás, ainda este sábado, o líder socialista, António Costa, apelou ao voto nestes dois candidatos, considerando que a primeira volta das presidenciais deve ser como que umas eleições primárias da esquerda.
O ex-reitor da Universidade de Lisboa tentou colar-se ao actual Governo, dizendo que a sua candidatura “abriu este tempo novo” que se vive na política portuguesa. Recorde-se que “tempo novo” tem sido uma expressão muito usada por António Costa. E acusou Maria de Belém e os seus apoiantes de estarem incomodados com um governo socialista que tem o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda, apontando-lhe inclusive a demora em dizer se daria ou não posse a este governo.
Isto depois de a ex-ministra da Saúde já o acusado de “frentismo de esquerda”, acrescentando que esse espaço foi diminuído porque, entretanto, surgiram os candidatos próprios do Bloco e do PCP, pelo que agora Sampaio da Nóvoa só tem o apoio do MRPP e do Livre.
“Maria de Belém ainda não entendeu este tempo novo”, afirmou o candidato, ao que a ex-ministra respondeu que para a sua geração o “tempo novo” foi o 25 de Abril.