11 jan, 2016 - 15:12
Em plena Praça Francisco Salgado Zenha, na Guarda, Marcelo Rebelo de Sousa assume-se como o candidato mais abrangente.
A situação não é comparável à de Freitas do Amaral, em 1986, disse. “Há aqui uma diferença muito substancial. Eu venho da esquerda da direita e não da direita da direita”, explicou esta segunda-feira, lembrando que o país é complemente diferente. “Aquelas eleições foram muito dramatizadas em termos ideológicas (direita-esquerda) e muito rígidas”.
Há 30 anos, o país estava "muito dividido” e acabou por impedir um “resultado na primeira volta e dar uma segunda volta muito marcada por esse choque de candidaturas”, recordou o candidato, assumindo que prefere resolver tudo à primeira.
Rebelo de Sousa começou o dia em Foz Coa. A caravana atrasou-se e o almoço foi na Guarda e o fim do dia em Castelo Branco.
A polémica em volta do serviço militar
O candidato presidencial recusou “entrar em polémicas pessoais”, mas disse que, se não houvesse o 25 de Abril de 1974, seria chamado e certamente iria fazer o serviço militar obrigatório.
Durante uma acção de campanha na Guarda, confrontado com as dúvidas lançadas por um mandatário distrital de Sampaio da Nóvoa sobre se tinha ou não cumprido o serviço militar, Marcelo lamentou que haja “animosidade durante o período de campanha" entre "pessoas que se davam bem entre si”, e não quis responder.
Depois, questionado directamente se fez o serviço militar obrigatório, declarou: “Estava a acabar os meus estudos naquela ocasião. Estava a fazer o meu mestrado, na transição. Tinha prestado as provas de mestrado e ia ser chamado. Já sabia que era chamado em 74 para prestar o serviço militar obrigatório. Prestei as provas no final de 73 e já sabia que, se não tem havido o 25 de Abril, certamente prestaria o serviço militar obrigatório”.
O professor universitário de direito referiu que “havia a tradição de os bons alunos prestarem o serviço na Armada, na Marinha”, mas considerou que, por motivos relacionados com o percurso do seu pai, “provavelmente iria para o Exército”.
As dúvidas sobre o serviço militar de Marcelo Rebelo de Sousa foram lançadas pelo general Ferreira do Amaral, mandatário do candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa no distrito de Viseu, no domingo à noite, num comício nesta cidade.