12 jan, 2016 - 15:09
O candidato presidencial Henrique Neto afirmou esta terça-feira em Aveiro que "o país está a trabalhar para Lisboa", onde "se gasta muito dinheiro mal gasto".
De visita a empresas da região de Aveiro, Henrique Neto defendeu que o modelo de desenvolvimento da economia nacional tem de apostar na atracção de investimento estrangeiro, tirando partido da sua posição estratégica, em termos logísticos, e nas exportações, e não no consumo interno.
"Lisboa tem um défice de 13 mil milhões de euros, ou seja, exportou muito menos do que gastou, o que quer dizer que o país está a trabalhar para Lisboa. Percebe-se que Lisboa tem custos que não são reprodutivos, mas gasta-se muito dinheiro mal gasto", comentou.
Henrique Neto comparou com os distritos de Aveiro, Braga e Leiria, "que têm excedentes na sua balança comercial, o que quer dizer que exportam mais do que importam", concluindo que "é do que o país precisava".
O candidato falava na visita à PJF, empresa familiar de cunhos e cortantes, com 50 trabalhadores, que fornece componentes para a indústria automóvel, para marcas como a Renault, ou a Porsche, mas também para a produção de material circulante ferroviário e fornos industriais.
"Quando eu digo que Sines é o argumento melhor para o desenvolvimento da economia portuguesa, é porque um carro é feito com milhares de peças que têm de chegar todas num certo dia ao local da montagem e Portugal está no cruzamento das rotas do Atlântico, pelo que Portugal tem uma enorme vantagem competitiva no contexto logístico que os governos não têm entendido", comentou.
A logística é, por isso, um dos "três recursos essenciais" da estratégia de Henrique Neto para Portugal, sendo os outros dois os recursos humanos e as comunicações.
"Temos recursos importantes a nível das telecomunicações e recursos humanos qualificados, e a prova de que os temos é que estão a ir para o estrangeiro", mas a terceira grande condição é a logística que, para o candidato, é a fraqueza do país.
"Nada disto foi percebido e andámos a investir ao contrário. Agora temos uma economia que não cresce e dizemos ignorantemente que é o mercado interno que vai resolver o problema, quando, cada vez que o poder de compra aumenta, como se viu na prática, a compra de automóveis aumenta e está ao nível de 2008 e 2009. Cuba não importa automóveis há 40 anos e ainda não fechou", observou.