17 jan, 2016 - 23:11 • Susana Madureira Martins
O PS pode não querer apoiar ninguém na primeira volta, mas Maria de Belém deixou, em Arcos de Valdevez um curto recado à direcção nacional do partido. “Socialista candidata sou eu!”, afirmou a candidata, lembrando que esteve nos vários momentos do partido.
“Sou militante do PS com muito gosto, com muita honra. Tenho 40 anos de militância. Estive na Alameda, estive em todas as grandes lutas do PS. Estive na escolha dos vários secretários-gerais, uma vez de um lado, uma vez do outro. E foi isto que fez do PS um grane partido, um partido diverso, em que ninguém é perseguido pelas suas ideias”, disse a candidata no jantar com apoiantes.
Num discurso em que quis marcar a diferença para com o outro candidato que tem apoios na direcção do PS e no governo, Maria de Belém, referindo-se implicitamente a Sampaio da Nóvoa, explicou porque avançou para estas eleições: “Não porque precise de lugares, não porque tenha tido um sobressalto cívico tardio, mas porque sempre trabalhei desta maneira e sempre trabalhei com generosidade.”
Depois de agradecimentos a Almeida Santos, a candidata referiu-se ao também ex-presidente da Assembleia da República como "porventura o maior de todos os socialistas vivos", um militante "disciplinado" e uma pessoa de "uma qualidade humana excepcional".
Em Arcos de Valdevez, no interior do país, Maria de Belém também quis defender uma antiga bandeira socialista – a regionalização -, que o governo está a dar sinais de querer recuperar. A candidata disse que nenhum país da União Europeia se desenvolveu sem uma regionalização competente e equilibrada. E acrescentou que o que tem impedido que o país seja ainda mais assimétrico tem sido o poder local.