17 jan, 2016 - 18:13
A candidata presidencial Maria de Belém apelou, a uma semana das eleições, à mobilização contra a abstenção que "enfraquece a democracia" e "enfraquece a legitimidade" daqueles que deviam ser eleitos expressivamente.
"Pedia-vos um esforço até ao dia 24 de Janeiro no sentido de que chamemos as pessoas para participarem na votação eleitoral porque, se alguma coisa este interregno tão curto entre as legislativas e presidenciais serviu, foi para mostrar que o papel de Presidente da República é importante, e temos que ser nós a escolher que Presidente da República é que queremos para que essa escolha não seja feita por quem não participou ou por aqueles que participaram de forma não expressiva entregando a outros a decisão que, em democracia, é responsabilidade sua", afirmou.
Maria de Belém Roseira, que falava durante um almoço com apoiantes na Figueira da Foz, distrito de Coimbra, frisou que "a democracia faz-se participando".
"E se nós não participarmos enfraquecemos a democracia e ao enfraquecermos a democracia enfraquecemos a legitimidade daqueles que deviam ser eleitos expressivamente", salientou.
A ex-presidente do PS defendeu ainda que é preciso na Presidência da República "uma pessoa que mobilize as portuguesas e os portugueses para lutarem pelo seu país, pela integração de todas e de todos aqueles que foram ficando um pouco para trás, para mobilizar energias de todas e todos aqueles que têm instrumentos para por ao serviço do seu país".
E isto faz-se, continuou, "respeitando a Constituição, não ultrapassando os poderes que tem o Presidente da República, não interferindo nas competências de outros órgãos de soberania".
Maria de Belém afirmou que os problemas do país "não se conhecem apenas do alto das torres de marfim", e citando Agostinho da Silva, referiu que "o problema em Portugal são as elites".
"E o problema em Portugal são as elites porque as elites desistiram de ouvir o povo. Comigo não é assim. Mas não é assim agora porque estou em campanha eleitoral, sempre estive próxima das pessoas e eu sempre ouvi as pessoas, eu sempre tive tempo para as escutar", frisou.
E não é, garantiu, "forçado" ou para que lhe "tirem uma fotografia".
Depois de visitar algumas feiras e de contactar com as pessoas, Maria de Belém afirmou que aquilo que as pessoas "sentem é afecto".
"Esta candidatura e esta candidata não é afectiva a fingir. Esta candidatura e esta candidata é genuinamente afectiva, como pode ser comprovado. Eu ainda não o tinha referido porque gostaria que todos aqueles que andam comigo tivessem experienciado esta vivência e esta relação", sublinhou.
A antiga ministra socialista disse ainda que defende o conhecimento como "motor de desenvolvimento", já que cria emprego de qualidade e pode ajudar ao regresso dos jovens que tiveram que emigrar.
Maria de Belém, que esta tarde visita o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, voltou ao tema da saúde e garantiu que, consigo na Presidência da República, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) "continuará a ter o desenho constitucional aplicado na prática".
O presidente honorário do PS, Almeida Santos, vaticinou que se Maria de Belém Roseira sair derrotada das eleições presidenciais de 24 de Janeiro, da próxima vez "ganha ela".
"Não será a última vez que me ouvireis, a próxima vez que a Maria de Belém se candidatar eu cá estarei com ela, porque nessa altura já vai ser muito difícil derrotá-la, muito difícil. Lembrem-se disso do que eu vos digo hoje: se não ganhar desta vez, não sei se ganha se não, da próxima ganha ela", afirmou Almeida Santos, num almoço.
Na primeira vez que entrou na campanha presidencial da antiga presidente do PS, Almeida Santos disse que sua presença no almoço da candidatura é "uma homenagem muito sincera" a Maria de Belém Roseira, com quem sempre se entendeu "muito bem" e de quem é "muito amigo".