18 jan, 2016 - 23:24
Veja também:
O candidato presidencial António Sampaio da Nóvoa mostrou-se esta segunda-feira convicto de uma segunda volta nas presidenciais, comparando a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a "fast food" que, a médio prazo, "tem tudo para ser uma desgraça".
O voto em Marcelo, vincou num comício em Setúbal, seria como optar por "fast food": "está embalado, com rótulo e publicidade, mas conhece-se mal o que está lá dentro. E o pior vem depois: a comida sabe pior, faz pior e, a médio prazo, tem mesmo tudo para ser uma desgraça. A pressa é quase sempre má conselheira. A 'fast food' não é a comida que defendo", disse Sampaio da Nóvoa.
Falando perante cerca de 200 pessoas que lotaram o cinema Charlot, o antigo reitor reconheceu que partiu para a candidatura presidencial atrás de Marcelo Rebelo de Sousa, nomeadamente na visibilidade mediática, mas que após domingo - dia de eleições onde Nóvoa espera passar à segunda volta - partirá "da mesma linha de partida" que o candidato recomendado por PSD e CDS-PP na corrida a Belém.
E concretizou, perante os aplausos dos presentes: "Aí, as eleições serão mais justas e a vitória será nossa com toda a certeza".
Na ocasião, o antigo reitor reiterou que no que resta da campanha eleitoral até às eleições de domingo não irá dizer nada "contra ninguém que partilhe valores progressistas e de esquerda", numa alusão a Maria de Belém e a apoiantes da candidatura da antiga presidente do PS, que têm lembrado a condição de independente de Nóvoa e o alegado uso de estruturas partidárias nos dias de estrada.
"Não vim para dividir, eu não venho para dividir, venho para unir esforços, não para que tudo fique na mesma, mas para que se construa connosco um Portugal diferente, mais justo, mais solidário", sustentou, acrescentando ter em Marcelo Rebelo de Sousa e na abstenção os seus dois "adversários" no sufrágio presidencial.
"Recuso-me mesmo a perder tempo em ataques fratricidas e que nos afastariam do foco desta campanha, quero manter sempre este foco claro. Este [Marcelo] é o meu adversário e não me desvio um milímetro desta prioridade", concretizou.
Ainda sobre Marcelo, Nóvoa lamentou o seu "permanente ziguezague" opinativo e lembrou a postura do candidato em relação aos partidos que o apoiam, nomeadamente o PSD.
"Alguém que está a procurar afastar da sua campanha aqueles que há bem pouco tempo apelava ao voto, quem nega desta forma um partido [em] que milita há 40 anos e [do qual] foi presidente, pedindo aos militantes mais destacados para aparecer pouco na sua campanha, que garantia nos dá de confiança sobre o que nos diz e o seu comportamento de futuro?", interrogou.
Assumindo ainda não estar a "vender eleições" junto dos portugueses, Sampaio da Nóvoa disse, contudo, ser o melhor candidato para "construir o país" a que os portugueses têm direito.
O comício desta segunda-feira em Setúbal contou também com intervenções da secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, do histórico socialista Vitor Ramalho, e do ministro-Adjunto Eduardo Cabrita, o quinto governante do executivo do PS liderado por António Costa a falar numa sessão da campanha eleitoral de Sampaio da Nóvoa.