24 jan, 2016 - 21:00
O membro da comissão política do Comité Central do PCP Rui Fernandes sublinhou a participação popular na campanha presidencial de Edgar Silva, ao comentar as projecções de resultados das televisões, sem reconhecer ainda a eventual derrota.
"O nosso objectivo não era competir com Marisa Matias ou outro candidato. Era derrotar a candidatura da direita [Marcelo Rebelo de Sousa]. Foi o objectivo colocado no início e não deixa de ser o objectivo no fim", afirmou no centro de trabalho comunista da Avenida da Liberdade, Lisboa, questionado sobre o facto de a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda poder vir a ficar no terceiro posto, enquanto Edgar Silva teria o pior resultado de sempre de um militante do PCP, entre 1,9 e 4,9%.
O dirigente comunista realçou que "a campanha trouxe elementos fundamentais de conteúdo, que afirmou a sua concepção no que respeita aos poderes constitucionais, constituição laboral e de justiça social, elementos que perduram para além do resultado desta noite".
"Fizemos uma campanha como mais nenhuns outros fizeram. Naquilo que é a mobilização e participação dos cidadãos na campanha eleitoral tivemos um contributo que não tem comparação com nenhuma outra", destacou.
Inquirido sobre o eventual triunfo à primeira volta de Rebelo de Sousa significar um desaire para os comunistas, Rui Fernandes adiou qualquer tomada de posição para quando se confirmar tal cenário.
"Não há derrotas do PCP. O PCP colocou e lutou por objectivos. Independentemente do resultado alcançado, todo o trabalho, campanha, debate, esclarecimento feitos perdurarão para além dos dias de hoje. O objectivo fundamental era a derrota da candidatura da direita. Veremos se haverá ou não segunda volta, mais à frente", disse.
As projecções da SIC e da TVI apontam para a vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nas eleições presidenciais de hoje, enquanto a sondagem da RTP não exclui uma segunda volta, com um intervalo entre 49% e 54% dos votos.