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PS espera que Marcelo não seja contrapoder

24 jan, 2016 - 23:10

Ana Catarina Mendes reconhece ainda que os dois candidatos apoiados pelos socialistas não alcançaram os seus objectivos.

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O PS felicitou Marcelo Rebelo de Sousa pela sua eleição para Presidente da República, dizendo esperar que cumpra o compromisso de ser independente e não um contrapoder ou um líder de facção.

Esta posição foi assumida pela secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, em conferência de imprensa, na sede nacional deste partido, em Lisboa, numa reacção aos resultados das eleições presidenciais.

Ana Catarina Mendes reconheceu ainda que os dois candidatos apoiados pelos socialistas nas eleições, Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém, não alcançaram os seus objectivos de uma segunda volta, tendo insistido na tese de que a direcção do PS foi equidistante entre essas duas candidaturas.

"Como sabem, o professor Marcelo Rebelo de Sousa não era o candidato preferido dos socialistas, mas o PS respeita totalmente, com humildade democrática, a escolha dos eleitores e espera que o novo Presidente da República saiba agora corresponder aos compromissos que assumiu com os portugueses, sendo um Presidente de todos, independente e próximo dos cidadãos", acentuou a secretária-geral adjunta do PS.

Ana Catarina Mendes referiu depois que os últimos anos de austeridade criaram divisões em Portugal e disse que o PS "registou e não pode deixar de assinalar que o espírito de conciliação foi também um compromisso assumido pelo professor Marcelo Rebelo de Sousa ao longo da sua campanha eleitoral, numa assinalável demarcação do exercício presidencial recente".

Numa alusão crítica aos mandatos de Cavaco Silva, a secretária-geral adjunta do PS defendeu a necessidade de um chefe de Estado que "não funcione perante o país, perante o Governo e a Assembleia da República como um contrapoder ou como um líder de facção".

"É preciso que todos saibamos contribuir para o reforço das instituições democráticas e da confiança dos portugueses. Da parte do PS e do seu Governo, o Presidente da República pode contar com toda a lealdade democrática, espírito aberto de colaboração e com um sentido de cooperação estratégica, no respeito pleno pelos poderes e competências de todos os órgãos de soberania, no prosseguimento dos superiores interesses de Portugal", afirmou ainda.

Na parte das perguntas dos jornalistas, Ana Catarina Mendes foi confrontada com as críticas de apoiantes da candidatura presidencial de Maria de Belém, designadamente do dirigente socialista Vera Jardim, sobre uma posição de parcialidade do PS a favor da candidatura de Sampaio da Nóvoa.

Sem responder directamente a essas acusações, a secretária-geral adjunta do PS defendeu que foi cumprida a directiva saída da Comissão Política do partido de apoio livre às candidaturas de Sampaio da Nóvoa e de Maria de Belém e saudou estes dois candidatos.

"A passagem de um deles à segunda volta - permitindo congregar o apoio da esquerda - teria sido o resultado mais desejado por nós e nunca o escondemos. Tal não sucedeu, mas o PS não quer deixar de lhes deixar uma mensagem de reconhecimento pelo combate que travaram com empenho, em circunstâncias particularmente difíceis", sustentou a "número dois" da direcção do PS.

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