O Governo francês lançou esta quarta-feira uma campanha antiterrorista. No
site “Stop Jihadismo” existe um vídeo que procura desincentivar os jovens a aderirem ao autodenominado Estado Islâmico.
"É um site dedicado à prevenção e à luta antiterrorista, destinado ao grande público, aos amigos de jovens em vias de radicalização (professores e associações) assim como aos próprios jovens", explica o Governo francês em comunicado.
O vídeo retrata um jihadista em plena acção de recrutamento. Após aceitar o convite, o jovem é confrontado com uma realidade muito diferente daquela que lhe foi prometida: execuções, crucificações e o sofrimento de crianças e mulheres.
"Eles dizem-te: 'sacrifica-te ao nosso lado e vais defender uma causa nobre’. Na realidade, vais descobrir o inferno na terra e vais morrer sozinho, longe de casa", diz uma das mensagens do vídeo.
O site foi criado 20 dias depois dos ataques do início de Janeiro que fizeram 17 mortos em França. Os atentados de Paris demonstraram que, “apesar dos progressos significativos na luta contra o terrorismo”, a “ameaça, em constante mutação, é permanente”.
Através de várias ferramentas, como a “computação gráfica, depoimentos em vídeo e cartazes”, o site pretende expôr esta realidade e combater a ideologia jihadista.
A campanha pretende “identificar os actores e os objectivos da ameaça terrorista”,“compreender a propaganda e as técnicas de manipulação usadas pelos recrutadores jihadistas” e “sensibilizar todos os cidadãos sobre os comportamentos a adoptar numa situação de ameaça”.
Esta iniciativa governamental é semelhante à já adoptada nos Estados Unidos, como a
campanha "Volta a pensar. Vira as costas”, que já tem mais de 20 mil seguidores no Twitter e publica regularmente histórias sobre o Estado Islâmico.
Ao mesmo tempo, o Governo encarregou um grupo de direitos humanos, que representa vítimas de ataques terroristas, de tentar prevenir o recrutamento jihadista dentro das prisões.
A França estima que cerca de 1.200 pessoas estão envolvidas em círculos jihadistas e que centenas já viajaram para a Síria ou Iraque.