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Temas polémicos dominam apresentação de documento de trabalho do sínodo

23 jun, 2015 - 19:16 • Aura Miguel

Na conferência de imprensa do sínodo da família, marcado para Outubro, a homossexualidade, casamento e acesso aos sacramentos para pessoas em uniões irregulares voltou a dominar as atenções.  

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O documento de trabalho do próximo sínodo dos bispos sobre a família foi divulgado esta terça-feira e tem como tema: “A Vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.

Elaborado a partir de contributos das dioceses do mundo inteiro, o documento de trabalho retoma as preocupações do sínodo anterior. Na própria conferência de imprensa de apresentação ficou patente que as questões que ocuparam o sínodo da família do ano passado são os mesmos que darão que falar em Outubro.

O documento, com 32 páginas e 147 pontos, resumido esta terça-feira pelos três principais responsáveis do sínodo, afunilou – como aconteceu no sínodo anterior – à volta das questões mais polémicas: homossexuais, contracepção e acesso à eucaristia por parte dos divorciados que voltaram a casar.

“Há muitas proibições disciplinares que têm fundamento, mas há que rever um pouco alguns casos concretos, para ver se alguns desses muros podem ser abatidos para os transformar em pontes. Eu creio que na próxima assembleia será considerado tudo isso”, diz o cardeal Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do sínodo, que deseja uma eventual abertura.

No mesmo sentido se exprime o secretário especial deste sínodo, o arcebispo Bruno Forte: “Esta integração chega ao ponto de dizer que pessoas em situação irregular ou difícil podem ser admitidos à comunhão eucarística? Esta é uma pergunta a que o Sínodo quer dar resposta. Por isso, não existe um ‘não’ preconceituoso, mas uma reflexão em curso, porque temos de ouvir os bispos de todo o mundo e apresentar ao Papa o resultado das suas avaliações e decisões.”

Opinião diferente, e sem apontar reformas, manifesta o cardeal Peter Erdo, relator geral do sínodo: “A questão central destes sínodos é sobre o que é o Cristianismo, cujo ensinamento é bastaste reconhecido. E vemos, justamente nesta tradição disciplinar, que o ensinamento de Jesus sobre o adultério é um ensinamento muito exigente e até mesmo escandaloso na sua época.”

A assembleia geral do sínodo dos bispos realiza-se de 4 a 25 de Outubro, no Vaticano.

Portugal será representado pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente e o bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias.
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