Um grupo de homens suspeitos de pertencerem ao grupo radical Boko Haram matou mais de 90 pessoas em duas aldeias vizinhas do nordeste da Nigéria.
O ataque aconteceu quarta-feira, pelas 20h30 (locais e de Lisboa), perto da cidade de Monguno. Há relatos de vários feridos.
Bashir Ahmed, um membro de um grupo de defesa local, avançou que um colega, que conseguiu fugir ao ataque e depois voltou ao local, lhe disse que encontrou mais de 90 corpos, muitos quase irreconhecíveis, pois o grupo terrorista incendiou as casas.
Este ataque do Boko Haram aconteceu pouco depois de um outro na mesma região, que fez 97 mortos, entre homens que rezavam em quatro mesquitas e mulheres que estavam nas respectivas casas a preparar o jantar, atingidos a tiro por cerca de 50 homens armados, também segundo testemunhas.
Terror começou em 2002
No ano de 2002, nasceu um grupo islâmico radical na África profunda. Mais um, na sequência do 11 de Setembro. Não surpreende que poucas pessoas no mundo tenham dado importância ao "Grupo do Povo da Sunnah para a Pregação e Jihad", que mais tarde viria a ser conhecido por "Boko Haram". O nome significa: a educação não islâmica (ou ocidental) é pecado.
Em Março de 2015 o Boko Haram anunciou a sua fidelidade ao autodenominado Estado Islâmico, reconhecendo o seu líder como verdadeiro califa. Pretendem impor a lei islâmica em todo o território.
A Nigéria é uma das grandes potências africanas. Não sendo o maior país em termos geográficos, é-o em termos demográficos, com quase o dobro que a Etiópia, que ocupa o segundo lugar. Mas é também um país dividido, a nível cultural e étnico e, o que torna a situação mais explosiva, a nível religioso também.