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Cardeal nigeriano propõe amnistia para enfraquecer Boko Haram

23 set, 2015 - 18:55 • Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

Para o Cardeal Onaiyekan, é necessário haver boa-fé na oferta da amnistia para que esta tenha sucesso. O arcebispo acredita que 80% dos militantes não partilham as crenças fundamentalistas do grupo.

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O Cardeal John Onaiyekan, Arcebispo de Abuja, defende que o Governo deve oferecer uma ampla amnistia aos jihadistas do Boko Haram como estratégia para enfraquecer o grupo terrorista.

Em declarações à Fundação AIS, este prelado acredita que “80%” dos combatentes do Boko Haram “não compartilham a ideologia fundamentalista do grupo terrorista”, pelo que a amnistia poderá significar para eles uma porta de saída.

A afirmação ocorre numa altura em que o recém-eleito presidente Mohammadu Buhari procura reforçar as acções militares contra o Boko Haram, numa coligação regional que envolve forças da Nigéria e dos países vizinhos Chade, Camarões e Níger.

Para o Cardeal Onaiyekan, é necessário haver boa-fé na oferta da amnistia para que esta tenha sucesso. “Deve haver um compromisso: Se eles abandonarem o Boko Haram devem ser bem tratados. Isso irá incentivá-los a sair”.

O Cardeal reconhece que o Boko Haram, que pretende a instauração de um “califado” nas regiões que controla, veio “destruir” o bom relacionamento “entre muçulmanos e cristãos nas áreas onde está mais activo”.

Numa dessas áreas, no nordeste do país, em Maiduguri, ocorreu no passado domingo mais um mortífero ataque terrorista. Três explosões, nas proximidades do aeroporto, causaram pelo menos seis dezenas de mortos e uma centena de feridos.

Calcula-se que já tenham perdido a vida cerca de vinte mil pessoas desde que o Boko Haram começou a sua luta armada, em 2009, e mais de dois milhões de nigerianos foram obrigados a abandonar as suas casas.

Sendo um grupo islamita radical, os cristãos têm sido um dos alvos preferenciais dos ataques do Boko Haram.

Na diocese de Maiduguri, onde ocorreram as explosões no passado domingo, calcula-se que mais de cinco mil cristãos tenham já morrido em actos terroristas e que cerca de 350 igrejas e capelas foram destruídas.

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