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​Papa denuncia “indiferença” e “silêncio” do mundo perante o sofrimento dos migrantes e refugiados

01 out, 2015 - 14:06 • Ana Lisboa

A acusação de Francisco foi feita na sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que se assinala a 17 de Janeiro do próximo ano.

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O Papa denunciou esta quinta-feira a “indiferença” e o “silêncio” da comunidade internacional perante o sofrimento dos migrantes e refugiados, que procuram fugir da pobreza e das guerras.

No texto para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, divulgado esta quinta-feira pela Santa Sé, Francisco admite que a indiferença e o silêncio “abrem caminho à cumplicidade”, incluindo a de todos aqueles que assistem sem agir “às mortes, privações, violências e naufrágios”.

O Papa escreve que, perante fluxos migratórios com tendência a aumentar, fazem falta normas legais “claras e praticáveis” que regulem o acolhimento e que tenham em conta “itinerários de integração” a curto e longo prazo, atendendo aos direitos e deveres de todos.

Para Francisco, esta é já uma “realidade estrutural”, pelo que é necessário pensar para lá da “fase de emergência” e dar espaço a programas que tenham em conta as causas das migrações.

“Hoje, mais do que no passado, o Evangelho da misericórdia sacode as consciências, impede que nos habituemos ao sofrimento do outro e indica caminhos de resposta”, diz Francisco na sua mensagem, em que apresenta os migrantes e refugiados como “irmãos e irmãs” que procuram uma vida melhor, “longe da pobreza, da fome, da exploração e da injusta distribuição dos recursos do planeta, que deveriam ser divididos equitativamente entre todos”.

“A presença dos emigrantes e dos refugiados interpela seriamente as diferentes sociedades que os acolhem”, acrescenta, pedindo dinâmicas de “enriquecimento mútuo” que previnam “o risco da discriminação, do racismo, do nacionalismo extremo ou da xenofobia”.

O Papa elogia o trabalho de instituições, associações, movimentos, organismos diocesanos ligados a esta área, sublinhando que “a resposta do Evangelho é a misericórdia”.

“A Igreja coloca-se ao lado de todos aqueles que se esforçam por defender o direito de cada pessoa a viver com dignidade, exercendo, antes de mais nada, o direito a não emigrar, a fim de contribuir para o desenvolvimento do país de origem”, acrescenta.

Francisco pede uma adequada informação da opinião pública para prevenir “medos injustificados e especulações”, bem como para denunciar “novas formas de escravidão geridas por organizações criminosas”.

Este texto, divulgado esta quinta-feira pela Santa Sé, tem como tema “Os emigrantes e refugiados interpelam-nos. A resposta do Evangelho da Misericórdia”, tema que coloca esta celebração no âmbito do Ano Santo Extraordinário, o Jubileu da Misericórdia, convocado por Francisco.

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