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Homossexualidade. Sínodo procura novas “linhas de acção pastoral"

02 out, 2015 - 19:06 • Filipe d'Avillez

De que forma é que a Igreja deve acolher os homossexuais, e que desafios é que as novas leis sobre este assunto podem colocar às instituições católicas? Estes são temas que o sínodo da família promete abordar.

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Como deve um padre agir se dois homossexuais procurarem o baptismo para uma criança que tenham a seu cargo? E se quiserem matricular a criança numa escola católica ou inscrevê-la na catequese?

Com as mudanças legislativas que um pouco por todo o mundo têm consagrado o direito ao casamento e à adopção para pessoas do mesmo sexo, estas e outras são questões que se colocam com cada vez mais frequência e são muitos os que esperam que o sínodo dos bispos, que começa este domingo, apresente soluções ou, pelo menos, orientações.

O padre Bernardo Aranha, da diocese de Lamego, acredita que os bispos não deixarão de o fazer, mas diz também que o Papa já tem dado o exemplo.

“O Papa Francisco tem sido claro e todos temos de levar muito a sério o que ele nos diz. A nossa missão não é dizer às pessoas para saírem da Igreja porque têm problemas. A nossa missão é dizer às pessoas: ‘O senhor tem este problema, vamos olhá-lo à luz de Cristo, vamos olhar para a sua vida à luz de Cristo. O senhor tem esse problema em concreto, outros terão outro, e todos os problemas do homem se resolvem com Cristo’. A receita para o homem é o mistério da Encarnação”, diz.

O padre Bernardo Aranha reconhece que a questão levanta “gravíssimos problemas” do ponto de vista social. “Mas do ponto de vista pastoral parece-me que nos obriga a olhar para este problema da homossexualidade à luz do Evangelho. Portanto, ver nela uma desordem, um afecto desordenado, mas ver nas pessoas que a têm filhos de Deus chamados a ser santos como qualquer outra pessoa. O mundo está cheio de desordens, que Cristo vai resolver”.

“O sínodo é convocado justamente para isso, para marcar as linhas de acção pastoral e ajudar o Papa nessa sua missão, por isso certamente que sim e é um problema realmente complicado. Mas também tem uma dimensão simples, a que o Papa Francisco também apela muitas vezes. Isto é, era o que faltava não baptizar uma criança, desde que os seus pais, como quaisquer outros, se disponibilizem para a educar na fé. Era o que faltava não lhe permitir uma educação cristã.”

O que não significa que não haja ameaças e perigos para a Igreja. “Como há muita propaganda à volta destes temas, há muitos lóbis, corremos o risco de sermos instrumentalizados e usados como propaganda”. O pároco recorre novamente às palavras do Papa Francisco: “Não vai haver nunca uma resposta prudencial muito fácil e talvez o melhor seja reconhecer que é melhor uma Igreja acidentada que uma Igreja paralisada, a cheirar a bafio”.

“Faz bem ver um Papa que abre o coração a esta experiência, para que não nos fechemos e simplesmente nos enclausuremos nas nossas convicções e deixemos de anunciar o Evangelho a quem quer que seja, seja homossexual ou o que for. Mas anunciar o Evangelho”, conclui.

O sínodo dos bispos começa no domingo e decorre até ao dia 25 de Outubro. No final serão apresentadas ao Papa as conclusões dos trabalhos, mas cabe sempre a este qualquer decisão final.

[notícia corrigida às 19h59 de 06/10/2015 - "ver nela uma desordem", em vez de "ver nela não uma desordem"]

Comentários
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  • António
    05 out, 2015 Porto 12:17
    Como deve um padre agir se dois homossexuais procurarem o baptismo para uma criança que tenham a seu cargo? E se quiserem matricular a criança numa escola católica ou inscrevê-la na catequese? Primeiro Baptiza-lo, pois é um direito da criança para pertencer à Igreja Católica Romana e não do casal homossexual. Seguindo-se reuniões com o objectivo ou propósito de saber como vão proceder. Depois receber a criança e inscreve-la na catequese. Penso que nenhum dos dois homossexuais está proibido de entrar na Igreja para trazer e levar a criança à catequese. Ou mesmo assistir à missa. Bem-haja
  • joão ferreira
    04 out, 2015 carcavelos 16:16
    É um assunto delicado face á razão dos homens. No entanto no Amor Cristão todos devemos ter consciência de que somos pecadores. Não existe perfeitos de um lado a darem misericódia e caridade e outros a pecar e a pedir misericórdia e caridade. Todos sem exceção na nossa condição humana somos pecadores e por isto não devemos julgar e rotular, antes sim Amar.

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