08 out, 2015 - 17:36
O grupo terrorista Estado Islâmico divulgou esta quinta-feira um vídeo que mostra a decapitação de três homens cristãos.
Os homens estavam entre um grupo de mais de 200 cristãos raptados em duas ocasiões diferentes no durante o ano de 2015, de uma série de aldeias junto ao rio Khabour. O grupo terrorista começou por exigir um resgate de 100 mil dólares por cada um, o que dava um total de cerca de 23 milhões de dólares, mas acabou por diminuir o valor para 14 milhões.
Desde o rapto alguns grupos de cristãos foram libertados, mas sobretudo idosos e não há informação sobre se foram pagos resgates por essas libertações.
No vídeo, que de acordo com especialistas terá sido filmado há cerca de duas semanas, os homens identificam-se como cristãos, dando como nomes Abdulmasih Aniya, Ashur Abraham e Bassam Michael. O narrador do vídeo culpa as igrejas cristãs por não terem feito o suficiente para salvar os seus fiéis.
O caso da decapitação dos três cristãos foi comentado pelo patriarca Inácio Younan, da Igreja Católica Siríaca, que está presente no sínodo sobre a família. O patriarca não hesita em culpar o ocidente pelo que se está a passar.
“O drama que vivem os cristãos no Médio oriente, não se pode descrever. Sentimo-nos esquecidos pelos países ocidentais e, até mesmo, traídos! Porque parece que os governos e administrações destes países ocidentais da América e da União Europeia, só têm políticas de oportunismo económico, esquecendo estas minorias que estão na origem da fé cristã.”
“Por isso, nós, os patriarcas e os homens de Igreja, estamos realmente aflitos com o que está a acontecer às nossas comunidades, sobretudo no Iraque e na Síria; e tentamos que a nossa voz sirva de alarme junto dos poderosos deste mundo, para lhes dizer: basta! É preciso fazer tudo para que a paz e a estabilidade prevaleçam, através de um verdadeiro diálogo de reconciliação”, concluiu o patriarca.