18 out, 2015 - 11:59 • Aura Miguel
Milhares de pessoas assistiram em Roma à homilia em que o Papa Francisco sublinhou que os novos santos, quatro no total, serviram com humildade e caridade, lembrando que Jesus convida a uma mudança de mentalidade: não procurar o poder, mas o serviço.
“Quem serve os outros e não goza efectivamente de prestígio, exerce a verdadeira autoridade na Igreja. Jesus convida-nos a mudar a nossa mentalidade e passar da ambição do poder à alegria de se ocultar e servir; desarraigar o instinto de domínio sobre os outros e exercer a virtude da humildade”, exortou o Papa.
“Há incompatibilidade entre uma forma de conceber o poder segundo critérios mundanos e o serviço humilde que deveria caracterizar a autoridade segundo o ensinamento e o exemplo de Jesus; incompatibilidade entre ambições e carreirismo e o seguimento de Cristo; incompatibilidade entre honras, sucesso, fama, triunfos terrenos e a lógica de Cristo crucificado”, disse Francisco.
“Pelo contrário”, apontou, “há compatibilidade entre Jesus, ‘que sabe o que é sofrer’, e o nosso sofrimento”.
Como exemplo desta autoridade que passa pelo serviço humilde, o Papa referiu o canonizado casal Martin. “Os Santos esposos Ludovico Martin e Maria Zelia Guérin viveram o serviço cristão na família, construindo dia após dia um ambiente cheio de fé e amor. Neste clima, germinaram as vocações das filhas, nomeadamente a de Santa Teresinha do Menino Jesus.”
“O testemunho luminoso destes novos Santos impele-nos a perseverar no caminho dum serviço alegre aos irmãos, confiando na ajuda de Deus e na protecção materna de Maria. Que eles, do Céu, velem sobre nós e nos apoiem com a sua poderosa intercessão”, apelou ainda Francisco.
Zélia e Luis Martin são o primeiro casal canonizado pela Igreja. A cerimónia celebra-se entre os trabalhos do sínodo da família, que decorre até dia 25, em Roma.
“Nunca foi tão decisivo fazer a paz na Terra Santa”
Já na oração do Angelus, o Papa falou da Terra Santa e da preocupação com que acompanha o que se passa no Médio Oriente. Francisco diz que, no actual contexto, nunca foi tão decisivo garantir a paz e deixa o apelo aos governos e aos povos para terem coragem de se oporem à violência.
“Sigo com grande preocupação a situação de forte tensão e violência que aflige a Terra Santa. Neste momento, é preciso muita coragem e força de espírito para dizer não ao ódio e à vingança e para cumprir actos de paz”, declarou.
“Rezemos por isto”, apelou Francisco, “para que Deus reforce em todos, governantes e cidadãos, a coragem de se oporem à violência e darem passos concretos de distensão. No actual contexto do Médio Oriente, nunca foi tao decisivo fazer a paz na Terra Santa: é isto que nos pedem Deus e o bem da humanidade”, rematou.