21 out, 2015 - 16:40 • Aura Miguel , em Roma, e Filipe d’Avillez
Terminada a discussão da terceira parte do documento de trabalho do sínodo sobre a família, a Santa Sé publicou esta quarta-feira os relatórios dos pequenos grupos que estiveram a aprofundar o tema.
Aqui pode ler algumas das principais citações destes relatórios, neste caso sobre sexualidade, homossexualidade e contracepção e planeamento familiar.
Sexualidade
No amor sexual os casais casados experimentam a ternura de Deus. O ensinamento da Igreja sobre sexualidade – incluindo o significado de castidade – deve sublinhar a beleza, alegria e riqueza da sexualidade humana e o lugar do amor sexual numa relação comprometida, exclusiva e permanente. A rica visão cristã de sexualidade está, em muitos lugares, a ser minada por uma compreensão mais estreita e pobre. Grupo B de língua inglesa
Todas as teorias que querem ver o sexo das pessoas como uma construção tardia e reforçar a sua capacidade de troca arbitrária devem ser socialmente rejeitados enquanto ideologias. Grupo de língua alemã
Homossexualidade
Falámos da importância da atenção pastoral para com pessoas com tendências homossexuais, com particular destaque para as famílias de que faça parte uma pessoa com atracção pelo mesmo sexo. A Igreja como esposa de Cristo modela o seu comportamento no Senhor Jesus, cujo amor todo-envolvente é oferecido a todas as pessoas sem excepção. Os pais e irmãos de membros da família com tendências homossexuais são chamados a amar e aceitar esses membros da sua família com um coração indiviso e compreensivo. Pedimos que o sínodo reafirme novamente todo o ensinamento da Igreja sobre amor e castidade. Encorajamos os pais e membros da família a confiarem nesse ensinamento enquanto amam e acompanham-se uns aos outros na resposta ao apelo Evangélico de viver em castidade. Grupo A de língua inglesa
O grupo esteve dividido quanto à questão de apoio por famílias com membros homossexuais ou pelos homossexuais em si. Alguns queriam apagar qualquer referência à homossexualidade, mas essa proposta não acolheu muito apoio no grupo. Em vez disso optámos por um tratamento mais breve, mas pedimos também que o documento final inclua, num local apropriado, uma afirmação clara do ensinamento da Igreja de que as uniões entre pessoas do mesmo sexo não são, de todo, equivalentes ao casamento. Fomos claros, porém, que neste sínodo não estamos a discutir a homossexualidade em geral, mas no contexto da família. Insistimos igualmente que o assunto seja abordado do ponto de vista de pastores, procurando compreender a realidade das vidas das pessoas e não dos temas de uma forma mais abstracta. Grupo C de língua inglesa
A secção sobre o cuidado pastoral de pessoas com tendências homossexuais gerou muita discussão. Alguns membros acharam que o assunto devia ser removido do sínodo sobre a família. Acharam que é um tema suficientemente importante para merecer tratamento num sínodo específico. Alguns sugeriram que as palavras do Catecismo da Igreja Católica #2357-2359 deviam ser usadas. Outros acharam que essa opção danificaria a credibilidade da Igreja na Europa Ocidental e na América do Norte. Grupo D de língua inglesa
Contracepção e planeamento familiar
Por fim, abordámos a procriação e a formação de filhos, afirmando a riqueza do ensinamento da Humanae Vitae, sobretudo a sua afirmação de que as dimensões unitivas e procriativas do acto marital são inseparáveis. Grupo A de língua inglesa
No que diz respeito à parentalidade responsável, a discussão focou a necessidade de uma abordagem pastoral que promove o ensinamento da Humanae Vitae ao mesmo tempo que lida com a realidade das vidas das pessoas, fornecendo uma formação contínua de consciência que procura a harmonia entre a doutrina da Igreja e as decisões pessoais. Grupo D de língua inglesa
Falámos longamente sobre o carácter profético da Humanae Vitae, reiterando a sua actualidade. Sublinhou-se a necessidade de evitar a contraposição entra a consciência e a lei moral. A partir de uma discussão animada em que surgiram diferentes ênfases, procurámos juntos uma formulação que nos ajudaria a entender como a consciência rectamente formada é capaz de reconhecer o bem que a norma moral indica e fazer escolhas responsáveis. Igualmente realçou-se a importância de afirmar o direito a objecção de consciência num contexto como o actual em que as autoridades tentam limitá-lo em nome de um suposto bem comum. Grupo A de língua italiana