24 out, 2015 - 16:06 • Aura Miguel
O sínodo dos bispos apela ao fim da guerra no Médio Oriente. Com os trabalhos do sínodo para a família praticamente terminados em Roma - a votação do relatório final decorre este sábado - os bispos aprovaram uma declaração de solidariedade para com todas as famílias que vivem naqueles países e apelam à libertação dos sequestrados.
Há dois anos que se agravam os conflitos sangrentos no Médio Oriente, com inúmeras vítimas.
O uso de poderosas armas de destruição, mortes indiscriminadas, decapitações, raptos e tráfico de mulheres e crianças, perseguições religiosas e étnicas, destruição de igrejas e tantas outras atrocidades, obrigam milhares de famílias a fugir e a procurar refúgio em condições precárias.
Neste contexto tão dramático – escrevem os bispos – os princípios fundamentais da dignidade humana e os direitos mais elementares do direito à vida, da liberdade religiosa e do direito humanitário são constantemente violados.
Os padres sinodais rezam e manifestam a sua solidariedade para com estas populações, mas também apela à libertação de todos os sequestrados. Os bispos e cardeais unem as suas vozes ao grito de tantas vítimas inocentes e pedem que cessem imediatamente as hostilidades e o tráfico de armas.
É que a paz no Médio Oriente não se impõe pela força, mas com decisões políticas respeitadoras da diversidade cultural e religiosa.
A declaração agradece o acolhimento que alguns países têm feito aos refugiados e renovam o apelo à comunidade internacional para pôr de lado interesses particulares e se reforcem o diálogo e as soluções diplomáticas para se enfrentar este drama.
O Patriarca sírio, que participa no sínodo dos bispos, já agradeceu esta declaração e lembrou, em entrevista à agência Ecclesia, que as soluções militares para o conflito na Síria são erradas e que a força do autoproclamado Estado Islâmico resulta da fraqueza da comunidade internacional. Para derrotar os terroristas do Estado Islâmico, adianta o Patriarca Gregório terceiro Laham, só uma aliança internacional com força moral para derrotar esta ideologia.