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Patriarca avisa governo de esquerda sobre acordos com misericórdias e IPSS

12 nov, 2015 - 17:18

O Bloco prometeu no seu programa acabar com a gestão de serviços públicos por misericórdias e IPSS. "A subsidiariedade está inscrita nos textos europeus", lembra D. Manuel Clemente.

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O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) está preocupado com a possibilidade de um governo de esquerda poder vir a inviabilizar os projectos que envolvem instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e Misericórdias. Em causa pode estar o princípio da subsidiariedade reconhecida a nível europeu, diz D. Manuel Clemente.

No seu manifesto eleitoral, o Bloco de Esquerda propunha “devolver ao domínio público a gestão dos hospitais em PPP e os hospitais e outras unidades de saúde (centro de reabilitação física do Norte, por exemplo) entregues às Misericórdias.”

O Bloco prometia ainda "rejeitar a chamada municipalização, falsa descentralização que delega competências através de contrato interadministrativo, permitindo a transferência de serviços para os privados, nomeadamente para as IPSS e Misericórdias”

As medidas referidas pelo Bloco de Esquerda não constam, todavia, do acordo celebrado com o PS para viabilização de um governo de esquerda.

“Quando nós olhamos para uma sociedade não devemos olhar para um conjunto de cidadãos assim mais ou menos indiferenciados e depois um Estado central que os governe directamente. Isso não é a subsidiariedade”, diz o Patriarca de Lisboa.

“A subsidiariedade”, explica D. Manuel, “é quem tem responsabilidades centrais ir em apoio da vitalidade social que se expressa na actividade dos corpos intermédios.”

“E os corpos intermédios têm enorme importância, desde as famílias às associações humanitárias e tantas outras instituições, para começarem por si a resolver directamente questões que não é preciso ser o Estado a fazer.”

Se o Governo tentar inviabilizar os projectos em causa, a Igreja não se calará, garante D. Manuel. “Se isso for assim, temos de conversar e nós continuaremos a conversar dentro da linha que é a nossa, e não é só a nossa, porque a subsidiariedade está inscrita nos textos europeus, não é privativa da Igreja Católica.”

Comentários
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  • Pedro Lopes
    14 nov, 2015 Anadia 20:51
    As IPSS e misericórdias têm tido um papel muito relevante no campo social. Além de ajudarem muita gente, dão emprego a muitos milhares de portugueses. Sabemos quanto custa a algumas pessoas que a sociedade civil tenha êxito, preferiam que toda a função social estivesse entregue ao estado. Muita gente esquece-se que os hospitais que agora foram devolvidos às misericórdias, foram construídos com dinheiro de muitos cidadãos anónimos desde os mais modestos aos mais ricos e que simplesmente o estado integrou no SNS no 25 de Abril. Não me preocupo com a propriedade do serviço público, pode ser público ou privado, o que me preocupa é a qualidade e que todos, independentemente da cor, credo ou situação económica possam aceder. Ou seja, para mim devem fazer parte do SNS, todas as instituições públicas ou privadas que prestem o melhor serviço. Dos casos que conheço, as populações estão bastante satisfeitas com a nova gestão dos hospitais, aumentaram as consultas, cirurgias, etc. No fundo o povo não quer saber quem é o dono, quer é ser bem servido e perto de casa.
  • Manuela Silva
    13 nov, 2015 Lisboa - Portugal 23:14
    D. Manuel Clemente, tem toda a razão! "o que é prometido é devido", mas há um acordo entre três partidos: um socialista e dois de esquerda, onde só um pode negociar com a Tróika! e o governo anterior, não deixou o país sem precisar mais da tróika!!! então, vamos ter que ter paciência e a pouco e pouco, consertar o que ficou errado! se não estivesse errado, não precisávamos de mudar nada! Há um problema: a Srª Merkel não gosta de partidos de esquerda... Então pensem 1º nos reformados com pensões muito mínimas e depois nos outros com pensões um pouco melhores!!! a pouco e pouco, com senso de todos... uns de cada vez, senão... não vale a pena 2 euros! que é o mesmo que, eu ter 10 balões, para dividir por 20 crianças, dez delas vão ter que esperar para outro dia, dando os primeiros balões, primeiro às crianças mais pequeninas, as outras mais crescidinhas entendem... Ou vamos cortar os balões em pedaços, para satisfazer todas ao mesmo tempo? assim sendo, choram todas ao mesmo tempo! porque um pedaço de balão, não dá para coisa nenhuma. Obrigada Sr. D. Manuel Clemente, pela sua intervenção, que para mim, foi muito útil! não só para mim, para muitos... Bem Haja, Sr. Cardeal.
  • LC
    13 nov, 2015 Lisboa 16:46
    Nunca vi neste senhor uma preocupação desmesurada com aqueles que ficavam sem casa, os pobres, as crianças. Entendo, é intelectual demais para se interessar por essas coisas comesinhas.
  • Luisa - AO SA DIAS
    13 nov, 2015 Lx 16:08
    Para informação do senhor, eu faço voluntariado, e sei muito bem o que se está a passar, até porque vou ao terreno - cara a cara com as pessoas - , o que se calhar não acontece com este senhor Cardeal, ou com Sr. SA DIAS, que resolveu misturar alhos com bugalhos, ou seja, misturar as necessidades presentes das pessoas, que são uma dor de alma, com o facto de alguém, sob o subterfugio da batina, estar a fazer propaganda partidária, segundo interesses pessoais. Quantas vezes já colaborou o senhor com o banco alimentar contra a fome? Quantas vezes esteve o senhor a fazer triagens, a dobrar roupa, horas a fio, e a etiquetar por tamanhos, idades e género, dentro de alguma associação de solidariedade social? Claro que eu podia estar a escrever isto tudo e a mentir, mas não estou. E acredite, eu já o fiz muitas vezes. Por isso mesmo, não admito, que venha alguém, seja Cardeal seja o que for, meter politiquices numa área tão séria e tão frágil. E para quem lê a RR com assiduidade, perceberá que este senhor Cardeal não tem feito outra coisa nos últimos tempos que não mandar bitaites políticos...quando o que deveria estar a fazer era sensibilizar a opinião publica e também os políticos, para a miséria que se vê nas ruas todos os dias, para a pobreza envergonhada etc...ainda há dias proferiu uns bitaites a mandar abaixo o aumento do salário mínimo....sabe o que chamo a isto? Hipocrisia! Porque este senhor, com certeza, que não ganha o salario mínimo. Fui frontal o suficiente?
  • Abel Pereira
    13 nov, 2015 Setúbal 15:41
    A RR é propriedade da Igreja Católica, cuja dignidade máxima é o Patriarca de Lisboa. Não terá o Cardeal Patriarca direito a tempo de antena na rádio da sua Igreja?
  • sa dias
    13 nov, 2015 10:48
    sR outra x- A Frontalidade é o que lhe falta a Si e a outos que se identificam com nome do Axterix. Talvez não saiba, mas as instituições de Solidariedade fazem mais pelos pobres, pelos oprimidos dos que não comem uma refeição diária, duque qualquer força politica.inda não vi nenhum partido distribuir sopas durante a noite,agazalho aos que teem frio, e secalhar o Sr OUTRA nunca deu uma esmola a quém necessita. Reveja-se ao espelho , abra a mente, siga a sua idiologia, mas não ofenda os outros, porque são esses outro que dão a cara, o nome o seu tempo para ajudar quem mais necessita. Desculpe meu amigo mas é tempo de dar-mos as mão, independentemente das nossas convições, politicas ou religiosas, e lutar-mos por uma sociedade justa,
  • Lá vem este outra x
    13 nov, 2015 Lx 10:17
    ...Por acaso a RR recebe algum "fee" por mês, que a obrigue de ter que publicar constantemente comentários deste senhor a fazer propaganda ao governo de direita? Já sabemos do que a casa gasta, nem vale a pena lêr o artigo....eu fico-me por as "gordas" e só porque me aparecem á frente.

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