21 nov, 2015 - 16:22
A justiça do Vaticano vai levar a julgamento cinco pessoas pelo roubo e divulgação de documentos financeiros confidenciais. Para terça-feira está marcada uma audiência preliminar.
Entre os acusados está o padre espanhol Lucio Vallejo Balda, secretário da extinta Comissão Investigadora dos Organismos Económicos e Administrativos da Santa Sé (COSEA), criada pelo Papa Francisco para investigar o estado das finanças da Santa Sé.
A ex-relações públicas italiana Francesca Chaouqui, o ex-colaborador da COSEA Nicola Maio e os jornalistas italianos Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi são os restantes arguidos.
O padre Vallejo Balda está em prisão preventiva no Vaticano desde 1 de Novembro, enquanto Francesca Chaouqui foi detida e posteriormente libertada.
Os jornalistas Gianluigi Nuzzi e Emiliano Fittipaldi autores dos livros “Via Crucis” e “Avarizia”, respectivamente, com documentos reservados da Santa Sé, estavam a ser investigados desde o passado dia 11 a propósito deste caso, já designado de "Vatileaks 2", em referência ao primeiro, em que foi condenado Paolo Gabriele, mordomo do Papa Bento XVI, pelo roubo e divulgação de documentos.
O procurador do Vaticano considerou que os cinco cometeram os crimes entre Março de 2013 e 5 de Novembro de 2015, um dia antes da publicação dos livros.
De acordo com o procurador, os cinco arguidos “associaram-se entre eles e formaram uma organização criminosa com composição e estrutura autónoma” e (…) “conseguiram ilegitimamente e posteriormente revelaram notícias e documentos relativos aos interesses fundamentais da Santa Sé e do Estado” do Vaticano.
A primeira audiência realiza-se no próximo dia 24 no Vaticano e se algum dos acusados não estiver presente “será julgado por contumácia”.